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Exportadores querem criar fundo para defesa sanitária

Os frigoríficos de carne e a indústria veterinária querem criar um fundo de defesa sanitária, com o objetivo de combater doenças que podem ser um entrave às exportações de carnes do país. Está em jogo a liderança do Brasil nas vendas externas de carnes e um mercado que no ano que vem deve movimentar US$ 5,8 bilhões. A meta é criar o fundo até o primeiro trimestre do próximo ano. As doenças que mais preocupam são a febre aftosa, a doença de newcastle em frangos e a peste suína clássica.

A criação do fundo é uma iniciativa das associações de exportadores de carne bovina, suína e de frangos, mas também poderá contar com o apoio de criadores. Os departamentos jurídicos das instituições estão estudando a forma de implantação do fundo. O objetivo não é custear as vacinas, mas trabalhar em parceria com o governo na identificação das áreas de maior risco.

A idéia é que o fundo seja mantido por uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip). Como Oscip, o setor pode captar recursos não só entre criadores e indústria, mas também de organizações internacionais. “Queremos que a indústria invista na formulação de políticas para o setor, na avaliação de riscos sanitários e nas campanhas de vacinação”, diz o diretor-presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Suínos (Abipecs), Pedro Camargo Neto.

Ele destaca que é importante que o serviço de defesa animal tenha recursos e seja competente, pois parte do sucesso brasileiro nas exportações de carnes em 2004, que devem fechar em US$ 4,6 bilhões, foi decorrente de problemas sanitários em países concorrentes. “Vamos dar meios de o governo acelerar a erradicação de doenças em todo o território nacional”, afirma o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Camardelli.

Ainda não existem estimativas de quanto o setor poderá levantar em recursos. No auge das campanhas de combate à aftosa, o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo (Fundepec) chegou a movimentar R$ 2,2 milhões por ano. Na época, o Fundepec sobrevivia de taxas cobradas dos produtores pelo abate dos animais. Atualmente, os recursos vêm de serviços prestados e parcerias.

Procurados para participar do fundo, os criadores ainda não tomaram posição sobre o assunto. “Ainda não sabemos como os criadores poderiam contribuir, pois o pecuarista já paga taxas para os fundos estaduais”, diz o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira.

A indústria veterinária, segundo o presidente do Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), Emílio Salani, ainda não foi procurada para participar do projeto.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint

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