O abate de bovinos no Brasil deverá crescer entre 7 e 8 por cento em 2013 na comparação com 2012, de acordo com Fabiano Tito Rosa, do Minerva, nesta terça-feira (28).
O aumento de abate reflete o momento favorável do mercado, com consumo doméstico sustentado dando ao setor a possibilidade de garantir margens. Além disso, as exportações estão firmes.
Segundo gerente da área de mercado da Minerva Foods, Fabiano Tito Rosa, em 2012, houve forte recuperação de margem. Em 2013, já voltou a patamares anteriores, com margens mais ajustadas, mas ainda é boa, durante um evento promovido pela BM&FBovespa e o Ministério da Agricultura em São Paulo.
Sondagem realizada junto a participantes do evento apontou que o abate de bovinos deverá somar 38,5 milhões de cabeças em 2013.
Em relação ao mercado externo, o executivo ponderou que o Brasil segue competitivo em relação aos concorrentes.
Cálculo do Minerva Foods indica que o preço pago pelo boi gordo está entre 14 e 15 por cento mais baixo se comparado aos valores praticados na Austrália e Estados Unidos. Normalmente, o valor da arroba do boi gordo representa 80 por cento do custo de produção da carne. Ele observou que a Austrália recuperou parte de sua competitividade recentemente, após uma seca no país que levou os pecuaristas locais a elevar o abate, aumentando a oferta.
O executivo afirmou que isso se trata de uma situação pontual por conta da questão climática. Segundo ele, a Austrália acabou entrando em outros mercados, como a China, que pagam menos.
Levantamento do Minerva indica ainda que o Brasil elevou participação no mercado global de carne bovina no primeiro trimestre para 28 por cento, ante 23 por cento em igual período do ano passado. As exportações têm puxado, vê-se um crescimento no acumulado dos últimos doze meses. O Brasil está ganhando market share.
Com relação ao avanço da concentração na indústria frigorífica do Brasil, Tito Rosa afirmou que a empresa ainda não vê concentração expressiva no setor. Ele estima o abate dos três maiores frigoríficos do Brasil em cerca de 11 milhões de cabeças, ou cerca de 30 por cento do total abatido anualmente no país. Segundo ele, esse processo de concentração ganhou força depois das aberturas de capitais, a partir de 2007.
De acordo com Tito Rosa, não se vê influência da concentração do setor na formação de preço. São os desequilíbrios de oferta e procura que continuam formando os preços no físico.
Fonte: Reuters, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.