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Faesc apoia simplificação do sistema de rastreabilidade brasileiro

A posição do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em defesa da simplificação do sistema de rastreabilidade do rebanho brasileiro tem o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc). O vice-presidente da Faesc, Nelton Rogério de Souza, disse que os criadores não suportam os custos e a complicação gerencial do sistema adotado pelo Ministério da Agricultura.

A posição do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em defesa da simplificação do sistema de rastreabilidade do rebanho brasileiro tem o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc). O vice-presidente da Faesc, Nelton Rogério de Souza, disse que os criadores não suportam os custos e a complicação gerencial do sistema adotado pelo Ministério da Agricultura.

Segundo a Faesc, o modelo atual, além de ser oneroso e difícil de ser cumprido, não traz vantagens financeiras para os pecuaristas: as indústrias de processamento de carne bovina não remuneram os pecuaristas pelos gastos em rastreabilidade.

Nelton entende que a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que servirá de base para o novo Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), precisa incorporar um conceito de desburocratização. O PGA está sendo discutido pelo Ministério e pelas entidades do setor agropecuário e prevê uma série de alterações no sistema nacional de rastreamento. Uma das mudanças previstas é a possibilidade de dois tipos de identificação nas fazendas: coletiva ou individual.

O vice-presidente da Faesc acredita que o novo modelo de rastreabilidade poderá garantir a retomada do volume de exportação para a Europa. Em 2008, a Comunidade Européia alegou deficiências no modelo de rastreabilidade adotado pelo Brasil e restringiu as importações de carne. O novo modelo também possibilitará incrementar a comercialização de carne rastreada no mercado interno, principal destino do produto.

As informações são da Faesc, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    A PGA precisa atender as exigências da nova lei de rastreabilidade, que preve a possibilidade de identificação dos animais com a marca a ferro da propriedade ao lado da possibilidade de identificação individual com código oficial com garantia de unicidade. A PGA portanto deve estar pronta para atender a mais de um modelo de rastreabilidade. E obviamente a complexidade de cada modelo será diferente.

    Normalmente modelos mais complexos são mais caros e só terão adeptos se houver benefícios compatíveis. E o modelo mais simples e econômico, visto que será obrigatório por lei, não gerará obviamente nenhum diferencial de preços para seus adeptos e sim uma elevação das garantias oferecidas a todos os consumidores, inclusos os do mercado interno.

    Modelos mais simples e complexos não sao excludentes. São complementares. Os mais complexos continuarão focados em nichos d emercado mais exigentes e que estejam dispostos a remunerar os custos adicionais.

  2. Fábio Henrique Ferreira disse:

    A crença do vice-presidente é na verdade só uma CRENÇA MESMO.

    O FATO é que o volume que tanto se fala em recuperar e fornecer (fala esta de tantas pessoas e entidades) não será alcançado pois o mercado comprardor não tem este interresse.

    Vejo isto como um desvio de foco dos objetivos que na verdade estão atrás dos bastidores dessa tal simplificação. Todos queremos desburocratização, mas a que custo? O que poderá ocorrer de prejuízo com uma desburocratização? De acordo com o próprio texto acima “as indústrias de processamento de carne bovina não remuneram os pecuaristas pelos gastos em rastreabilidade”, imaginem então um sistema simplificado onde existirá mais oferta que a ATUAL o que ocorrerá então não será como o afirmado “que não em 100% verdade” a não remuneração, OCORRERÁ COMO NO PASSADO O DESÁGIO DO BOI, onde a industria só vai comprar se for rastreado e ai teremos que rastrear para vender pelo mesmo preço e ainda prejudicaremos quem não rastrear que de fato vai perder.

    Digo que a afirmação não é 100% verídica porque ontem mesmo um produtor postou aqui no beefpoint

    https://beefpoint.com.br/mapa-espera-implantar-novas-mudancas-no-sisbov-em-2011_noticia_65747_15_155_.aspx

    se me permiti o senhor José Ricardo Skowronek Rezende – São Paulo – São Paulo – Produção de gado de corte -Grupo Rezende – Diretor, o mesmo afirma que abateu a alguns dias com diferencial de R$4,00 a mais por @.

    Falo por mim que abati a R$3,00, e a verdade escrevi aqui no beefpoint a alguns dias atrás, e ISTO ESTE PESSOAL NÃO CORRE ATRÁS.

    https://beefpoint.com.br/uruguai-falta-identificar-cerca-de-25-milhoes-de-bovinos-adultos_noticia_65392_15_155_.aspx

    Vamos ser bem lógicos, se a EUROPA tivesse interresse em muitas fazendas e sistema simples, não demorava tanto para publicar as fazendas aprovadas (tem época que a europa demorar meses para liberar fazendas) e também tinha aceito o pedido do brasil de flexibilização, este não autorizado e publicado neste mesmo beefpoint.

    Vejo que isto tudo leva o BRASIL ao descredito perante este mercado, conforme informação também deste mesmo beefpoint, que em visita ao BRASIL o sistema atual foi bastante elogiado, após isto foram lá e não tiveram o pedido de flexibilização aceito e ainda continuam com tudo isto, PORQUE??? Querem perder o mercado??? Ou qual é a inteção.

    O CERTO E MAIS RACIONAL SERIA, se o atual sistema foi elogiado como nunca pelo mercado que BANCA tudo isto “EUROPA”, o certo seria tirar tanta burocracia que nada mais é que PÊLO em OVO que o próprio pessoal do ministério da agricultura fica procurando durante auditoria, e sim ajustar os detalhes do que ai está que gradativamente está lista aumentaria sem que estejamos sujeitos a PERCA DE TUDO que foi construido nestes últimos anos.

    Agora que o mercado comprador aceitou fica com essa história de mundança, PRA QUE??? POR QUE??? PRA QUEM???

  3. Fábio Henrique Ferreira disse:

    DesBURROcratização para beneficiar FRIGORÍFICO e prejudicar PRODUTOR. É melhor o frigorífico ter um excesso de oferta e não pagar nada do que ter oferta reduzida e ter que pagar.
    O Cenário atual não é igual ao de 2008, o mercado é DINÂMICO, fica claro no texto que nossos “representantes” estão preocupados só com o valor numérico das exportações e não com o valor numérico agregado ao produtor, vantagens. Se querem volume, o mercado deve demandar, depois o frigorifico deve remunerar e consequentemente terão a oferta adequada e o número da exportação adequada.
    Os passos acima serão ideais para todos os elos, mas os “representantes” não estão preocupados com os produtores e sim com SEUS números que devem prestar contas e com os FRIGORÍFICOS que a cada dia se AGIGANTAM.

    Desburocratização a que custo??? Quem vai ganhar com a desburocratização???

    Não estão desburocratizando, estão criando um NOVO que TRARÁ PREJUIZO a TODOS e efetivamente TODOS os produtores. O POR QUE é muito simples, se o programa for de tamanha simplicidade e visa atender inclusive MERCADO INTERNO, deixemos de lado a segurança, PODEREMOS ter (produtores já estão cançados e o sistema em descrédito por tantas mudanças) um EXCESSO de animais rastreados e a CONSEQUENCIA será o DESÁGIO no valor do boi “O NÃO PAGAMENTO DE PREMIO”. Voltaremos aquela época onde o frigorifico só comprava se fosse rastreado. Ou seja, o produtor tinha que rastrear para vender pelo mesmo preço e o que não rastreava perdia, fácil raciocinio TODOS PRODUTORES perdem, SÓ OS FRIGORÍCOS GANHAM, foi a época em que mais ganharam dinheiro.

    Vamos concluir então se a DESBUROCRATIZAÇÃO (palavra bonita não é, mas a que CUSTO) será vantajosa para quais elos da cadeia.

    O BOI EUROPA em 2009 e 2010 seguiu o seguinte raciocínio:
    Primeiro semestre – preços a mais por @ de R$5,00 a R$7,00 reais.
    Segundo semestre – preços a mais por @ de R$2,00 a R$3,00 reais. OBSERVAÇÕES PERTINENTES E IMPORTANTES, no ano de 2010 esta diferença para baixo veio mais cedo, sendo o motivo saida de animais confinados e rastreados. Alguns produtores neste período com boi europa não tiveram diferencial, O MOTIVO É O SEGUINTE: Naquele dia que o frigorifico te disse que não estava pagando nada a mais pelo BOI EUROPA, com CERTEZA estava, com certeza tinha BOI EUROPA morrendo NAQUELE DIA com diferencial, o DETALHE é que os animais DAQUELE DIA foram negociados a alguns meses atrás, tendo preços da @ e do diferencial do BOI EUROPA travados. OU SEJA, o frigorifico já tinha o BOI DELE EM SEU PROPRIO CONFINAMENTO ou já HAVIA negociado um grande volume de um ou mais grandes produtores e assim conseguiu fechar a escala de alguns dias, semanas, meses para o produto “BOI EUROPA”.

    Amigo produtor este assunto eles não discutem e nem se preocupam em fazer como nos EUA, onde os frigorificos não podem ter animais para REGULAR MERCADO.

    ——————————————————————————–

  4. Fábio Henrique Ferreira disse:

    Aparecem com desburocratização (dá ibope né) mas não aparecem com nada com relação a cada ano que se passa os frigoríficos baixarem o diferencial do boi europa. não queremos desburocratização, inclusive fomos reauditados, estamos a quase dois anos na lista e já nos acostumamos.

    queremos diferencial a mais na @ que já nos pagaram até r$20,00 a mais na @ em 2008, eles podem nos pagar.

    outro detalhe, se desburocratizar e muitos produtores entrar, e o preço do inicio do ano e do final do ano sumir, quero ver se “representantes” dos produtores que estão propondo isto vão aparecer para dar explicação a seguinte pergunta:
    ganhamos até 20,00 a mais na @ em 2008, em 2010 ganhamos de 2,00 a 7,00 a mais na @ e com esta desburocratização tivemos o diferencial de fato sumiu, voces fizeram isto para beneficiar quem??? quem vai pagar os investimentos????quem vai pagar meu investimento???
    no final das contas haverá novo des-estimulo dos produtores já cançados de tantas mudanças e tantas políticas que os prejudicam, que quando estao ganhando alguma coisa, seus representantes tiram através de desburrocratização.

  5. Mario Ribeiro Paes Leme disse:

    Todo mundo corretamente certos…… Quando não tem preço EUROPA,às vezes estao matando seu próprio BOI EUROPA;outro diferencial que estão tramando vai apenas continuar naquela lenga -lenga de tentar abaixar novamente o preço da arroba,e iniciam toda aquela tramóia de quererem suspender a compra de nossa carne por um motivo de medicamento(resíduos) que não exist o porque de terem os produtores usados,já que iriam abater seus animais. Isto está virando uma brincadeira sem pé nem cabeça, só ajudando a UE e alguns mais,menos o dono do gado.

  6. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    O sr fabio,da fazenda corrego azul tem toda razão.se houver oferta de bois rastreados, os frigorificos pagarão os preços de mercado pelo boi certificado,e irão pagar menos pelo boi comum.o consumo interno absorve boa parte da produção,e não há tanto interesse do mercado externo.é a velha lei de mercado,oferta x demanda.neste quesito se fosse dono de frigorifico faria a mesma coisa.e isto é norma em todos os setores da economia,não esperem nada de frigorificos.necessário é uma campanha de abertura do mercado externo,união dos pecuarista para criar demanda externa,e oferecer produtos diferenciados com amarração em contratos,como ja existe em outras áreas.simplificar o sistema não vai resolver nada,pois o problema não é este,quando houver demanda os frigorificos pagarão.se o mercado interno passasse a exigir carne certificado,a situação mudaria radicalmente e as soluções apareceriam rapidamente.

  7. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Parabéns Roberto Trigo Mesquita, sua visão coincide com a minha. Como dizia o genial Nelson Rodrigues, “só os profetas enxergam o obvio”.

  8. RODOLFO RAINERI disse:

    Parabéns meu caro Fábio Henrique Ferreira.

    Suas colocações são de uma clareza desconcertante e refletem a mais pura e cristalina verdade dos fatos, que muitos, não se sabe ainda com que propósito, tentam a todo custo deixar camuflada em meio à névoa de falácias e supostas “defesas” de interesses da classe produtora.

    Por mais que estes não queiram enxergar o óbvio (real), a questão é, sim, muito simples. Como, aliás, muito bem explicado por você Fábio. E trata-se de pura matemática.

    Afrouxar + simplificar = n° maior de produtores que irão rastrear = maior oferta de rastreados = deságio = prejuízo para quem não quer rastrear!

    Gostaria de chamar aqui a atenção dos produtores que não querem rastrear: o assunto “simplificação do sistema de rastreabilidade brasileiro” é do seu extremo interesse. Procurem saber do que se trata. O que vai mudar? Porquê vai mudar novamente? Quais as consequências para quem não quer, absolutamente, fazer rastreabilidade?

    Quem não conhece a história está condenado a repetir seus erros!