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Faltam brincos para identificar bovinos

A mudança na quarentena do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem e Bubalina (Sisbov) fez faltar brincos para identificar os animais. Há demora na entrega dos produtos de até 35 dias. O assunto será discutido hoje com técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A partir de 1o de junho, os bovinos precisarão estar 90 dias no sistema e não mais apenas 40 dias para serem exportados. Com isso, a demanda pela certificação dos animais aumentou mais de 200% desde o início do ano. Em janeiro, a média diária de entrada no Sisbov era de 27 mil animais. Hoje é de 83 mil bovinos.

Dados do Mapa mostram que entre janeiro e maio entraram 7,3 milhões de animais no sistema, ou seja, 76% do volume registrado no ano passado. “Acreditamos que até o meio do ano atingiremos 9,5 milhões de animais”, diz a coordenadora do Sisbov, Denise Euclydes Mariano da Costa. Até ontem, por exemplo, o volume registrado em maio era igual a todo o mês de abril, ou seja, 1,9 milhão de animais. Foi a maior quantidade de bovinos inscrita no período.

Segundo ela, a reunião de hoje é para verificar o quanto está sendo afetado o sistema com a demora na entrega dos brincos. Mas Denise ressalta que, por enquanto, o governo federal não estuda mudar as regras atuais, inclusive o prazo da quarentena, que passa a ser noventena a partir de 1o de junho, conforme havia sido estipulado anteriormente. Ela também acredita que, mesmo com a demora, as exportações não serão afetadas. “Não é justo que o produtor seja afetado por outro elo da cadeia”, afirma o presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte, Antenor Nogueira.

O presidente da Associação das Empresas de Certificação e Rastreabilidade Agropecuária (Acerta), José Wagner Amaral Neto, diz que o aumento da demanda, principalmente a partir de março, quando o volume de animais inscritos no Sisbov foi 55% superior a fevereiro, fez com que as empresas demorassem mais para entregar os brincos.

Além disso, segundo ele, as chuvas em Mato Grosso do Sul dificultaram a certificação dos animais. “O volume de solicitação subiu até cinco vezes”, afirma.

“Há gargalos em todo o setor”, diz o diretor da Allflex, empresa produtora de brincos, Vicente L’henaff. Segundo ele, em sua companhia as entregas estão sendo feitas nos prazos combinados. A demora na certificação é resultado de um processo em toda a cadeia.

Fonte: Gazeta Mercantil (Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Fernando Penteado Cardoso disse:

    Faltam brincos sobram lucros! Não do pecuarista…

    O instrumento “complicômetro” está funcionando a contento: boi sem brinco vale menos, podendo ser “brincado” depois!

    Que país das maravilhas: quando um setor vai bem, urge atrapalhar. Podiamos gastar os R$3/4 por cabeça abatida em promoção da carne “do verde” nos mercados que não exigiram essa “brincadeira”. Continuamos asfixiados em uma redoma cuja atmosfera cheira a mediocridade! E ainda se fala em criar empregos, aumentar o PIB agrícola e… entrar no Primeiro Mundo! Quanta ilusão!

    Estou chegando de Alta Floresta, Matupá e São José do Xingú em MT. Minha reação não vem de quem fica só no ar condicionado! Saudações realistas.