A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) informou recentemente que o número de pessoas que sofrem de fome no mundo continua inaceitavelmente alto, apesar da queda nos dados, que caíram para menos de 1 bilhão.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) informou recentemente que o número de pessoas que sofrem de fome no mundo continua inaceitavelmente alto, apesar da queda nos dados, que caíram para menos de 1 bilhão.
A nova estimativa do número de pessoas que sofrerão de fome crônica nesse ano é de 925 milhões – 98 milhões a menos que as 1,023 bilhão em 2009. “No entanto, com uma criança morrendo a cada seis segundos por causa de problemas relacionados à subnutrição, a fome continua sendo a maior tragédia e escândalo mundial”, disse o diretor geral da FAO, Jacques Diouf. “Isso é absolutamente inaceitável”. Ele disse que a meta de redução da forma mundial está em “sério risco”, dizendo que os recentes aumentos nos preços dos alimentos, se persistirem, poderão prejudicar os esforços para reduzir os números mundiais de fome.
Os novos dados sobre o nível de fome mundial estarão contidos no relatório “The State of Food Insecurity in the World” (SOFI), que será publicado conjuntamente pala FAO e pela WFP em outubro.
O vice-presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Yukiko Omura, disse que a maioria das pessoas que sofrem de fome atualmente vive em áreas rurais de países em desenvolvimento. “De fato, mais de 70% das pessoas que vivem em extrema pobreza – aquelas pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia – vivem em áreas rurais. São um bilhão de pessoas e quatro de cada cinco delas são produtores rurais de uma forma ou de outra”.
Os menores números globais de fome em 2010 resultaram em grande parte de um renovado crescimento econômico esperado para esse ano – particularmente em países em desenvolvimento – e a queda nos preços dos alimentos desde o meio de 2008. O recente aumento nos preços dos alimentos, se continuar, criará obstáculos para uma maior redução na fome. Das oito Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDM) formalmente determinadas pelas Nações Unidas em 2000, a número um é reduzir a proporção de pessoas com fome de 20 para 10% até 2015. Com cinco anos ainda pela frente, a proporção atualmente é de 16%.
Anteriormente, em 1996, a Cúpula Mundial de Alimentos pela primeira vez fixou uma meta quantitativa de redução do número de pessoas com fome de aproximadamente 800 milhões em 1990-92 para cerca de 400 milhões em 2015. Atingir essa meta significaria reduzir o número de pessoas com fome em mais de 500 milhões nos próximos cinco anos.
O fato de, historicamente, o número de pessoas subnutridas continuar a aumentar mesmo em períodos de grandes crescimento e preços relativamente baixos indica que a fome é um problema estrutural, disse a FAO. Dessa forma está claro que o crescimento econômico, embora essencial, não será suficiente para eliminar a fome dentro de um período de tempo aceitável, disse a FAO. No entanto, “existem histórias de sucesso na África, Ásia, e América Latina”, disse Diouf. Essas experiências precisam ser ampliadas e replicadas.
Globalmente, os dados de fome de 2010 marcaram um declínio de 9,6% com relação a 2009. Essa redução foi concentrada principalmente na Ásia, onde 80 milhões de pessoas a menos foram estimadas sofrendo de fome esse ano. Na África subsaariana, a queda foi bem menor – cerca de 12 milhões – e uma em cada três pessoas dessa região continua subnutrida.
Outras importantes descobertas do relatório incluem:
– Dois terços das pessoas subnutridas do mundo vivem em apenas sete países – Bangladesh, China, República Democrática do Congo, Etiópia, Índia, Indonésia e Paquistão;
– A região com a maioria das pessoas subnutridas continua sendo a Ásia e o Pacífico, com 578 milhões;
– A proporção de pessoas subnutridas continua sendo maior na África subsaariana, com 30% em 2010, ou 239 milhões;
– O progresso varia amplamente em nível de país. De 2005-2007 (o período mais recente sobre o qual existem dados completos disponíveis), Congo, Gana, Mali e Nigéria já alcançaram MDM-1 na África subsaariana e Etiópia e outros estão perto de alcançar. Entretanto, a proporção de pessoas subnutridas aumentou para 69% na República Democrática do Congo;
– Na Ásia Armênia, Mianmar e Vietnã já alcançaram a MDM-1 e a China está perto de alcançar;
– Na América Latina e Caribe, Guiana, Jamaica e Nicarágua já alcançaram a MDM-1, enquanto o Brasil está próximo de alcançar.
As informações são da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), traduzidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
Mais informações podem ser obtidas no endereço: http://www.fao.org/docrep/012/al390e/al390e00.pdf.
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Para erradicar a fome é importante ampliarmos a oferta e reduzirmos o custo dos alimentos. Mas igualmente importante é destravarmos o comércio, reduzirmos a tributação e especialemente elevarmos e distribuirmos melhor a renda da população. O Brasil tem um papel de destaque nesta tarefa de alimentar o planeta.