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FAO: Demanda mundial por carnes aumentará 2% até 2015

O consumo global de carnes deverá crescer cerca de 2% anualmente até o final de 2015 à medida que a população e a renda das pessoas vão aumentar e mais pessoas migrarão para as cidades, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Porém, a FAO alertou que o aumento no comércio e no transporte está relacionado ao aumento do risco de disseminação de doenças animais entre os países.

Desde o início da década de oitenta, o consumo e o comércio de carnes vêm se expandindo consideravelmente, particularmente de carne suína e de aves, direcionados pelo crescimento populacional, aumento das rendas, urbanização, mudança nas dietas e abertura de mercados, segundo a FAO.

“Estas tendências deverão continuar, com o consumo global de carnes estimado para aumentar anualmente cerca de 2%, até 2015”, disse a FAO em um documento circulado em um encontro intergovernamental dos setores de carne e leite nesta semana. A maioria deste aumento deverá ocorrer nos países em desenvolvimento, onde o consumo deverá crescer cerca de 2,7% ao ano, comparado com o crescimento de 0,6% ao ano dos países ricos.

“A expectativa é que a produção global de carnes aumente em uma taxa similar à da demanda e com uma progressiva redução nas barreiras comerciais para o mercado de carnes e produtos derivados de carnes. No entanto, o aumento do volume comercializado e o aprimoramento do transporte, infraestrutura e tecnologia tem potenciais riscos de disseminar doenças animais rapidamente em todo o mundo”.

Demanda por carne branca

A FAO disse que os recentes casos de doenças animais nos principais países exportadores de carne, como a encefalopatia espongiforme bovina (EEB) ou doença da “vaca louca”, têm acelerado uma substituição do consumo da carne vermelha pela carne branca.

Desta forma, as previsões da FAO indicam um aumento mais agudo na demanda por carne branca do que por carne vermelha. A entidade previu um aumento de 2,9% por ano na demanda por carne de aves até o final de 2015, contra o aumento de 1,4% na demanda anual por carne bovina no mesmo período.

As epidemias de doenças animais, como a crise da EEB gerada na Inglaterra em 1996/97 e a epidemia de febre suína clássica na Holanda em 1997/98, têm desviado o comércio, transferindo participações nos mercados para outros exportadores do mesmo produto. De acordo com a FAO, o custo da EEB na Inglaterra em 1996/97 foi de US$ 3,8 bilhões e o custo da febre suína clássica na Holanda em 1997/98 foi de US$ 2,3 bilhões.

Além da EEB, a Inglaterra teve que arcar com custos da febre aftosa que, no ano passado, totalizaram US$ 9,2 bilhões, comparados com os US$ 6,6 bilhões em Taiwan em 1997. Além disso, a FAO advertiu que há custos ocultos nas epidemias de doenças animais. No total, 4,03 milhões, 11 milhões e 6,24 milhões de animais foram abatidos em Taiwan, Holanda e Inglaterra, respectivamente.

“O descarte das carcaças dos animais abatidos teve grandes implicações ambientais; durante as primeiras seis semanas da epidemia de febre aftosa no Reino Unido, a queima das carcaças liberou dioxinas na atmosfera em uma quantidade equivalente a 18% das emissões anuais do Reino Unido. Além disso, o abate em massa dos animais resultou em uma perda da biodiversidade de populações nativas de animais domésticos, com algumas raças sendo criticamente colocadas em perigo após a epidemia de febre aftosa”.

Fonte: Reuters (por David Brough), adaptado por Equipe BeefPoint

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