Os campos têm enorme potencial para mitigar as mudanças climáticas através da absorção e armazenamento de CO2, segundo um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), anunciado nesta quarta-feira (13). Pradarias e pastagens são um sumidouro de carbono que poderia exceder os benefícios das florestas, se usado corretamente, explicou o documento.
Os campos têm enorme potencial para mitigar as mudanças climáticas através da absorção e armazenamento de CO2, segundo um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), anunciado nesta quarta-feira (13).
Pradarias e pastagens são um sumidouro de carbono que poderia exceder os benefícios das florestas, se usado corretamente, explicou o documento. Os 3.400 milhões de hectares de pastagens podem desempenhar um papel fundamental para a adaptação e redução da vulnerabilidade às mudanças climáticas a mais de um bilhão de pessoas que dependem do gado para a vida, de acordo com o documento “Review of Evidence on Drylands Pastoral Systems and Climate Change”.
“O mundo terá de usar todas as opções para conter o aquecimento global em 2ºC. Agricultura e uso da terra têm o potencial para ajudar a minimizar as emissões líquidas de gases de efeito estufa por meio de práticas específicas, especialmente o armazenamento de carbono no solo e na biomassa”, afirmou o diretor-geral da FAO, Alexander Müller.
“Estima-se que as terras de pastagens armazenem 30% do carbono de solo do mundo, para além da quantidade substancial de carbono armazenado em árvores, arbustos e plantas”, diz o documento. “Mas essas áreas são muito sensíveis à degradação do solo, afetando 70% dos pastos, como resultado do excesso de pastoreio, da salinização, da acidificação e de outros processos. A pressão sobre a terra está aumentando também a fim de satisfazer a crescente demanda por carne e produtos lácteos”, acrescenta.
A melhoria das práticas de gestão para restaurar a matéria orgânica em solos de pastagens, reduzir a erosão e diminuir as perdas decorrentes da queima e do excesso de pastoreio pode, portanto, ajudar a reter grandes quantidades de carbono, que segundo algumas estimativas poderia atingir um bilhão de toneladas, de acordo com o relatório.
O documento alerta que isso exigirá um esforço forte, globalmente coordenado e financiado adequadamente. “Um objetivo imediato possível seria dedicar entre 5% e 10% dos pastos em todo o mundo para o sequestro de carbono em 2020, o que permitiria poupar 184 milhões de toneladas de carbono anualmente.”
O relatório sustenta que “o aumento da quantidade de carbono retido em pastagens pode ajudar populações pastoris a se adaptarem às mudanças climáticas, porque o carbono adicionado melhora a retenção de água no solo e, assim, sua capacidade de resistir à seca.
Outra consideração, cita o documento, “é para proteger a biodiversidade”. Por algumas estimativas, o potencial de biodiversidade das pastagens é apenas ligeiramente menor do que o de florestas. Mas o relatório conclui que existem evidências de que o número de espécies de plantas, animais e microorganismos que vivem nos pastos estejam diminuindo a uma velocidade alarmante por causa de uma gestão inadequada, da má utilização dos solos e – mais recentemente – por causa das mudanças climáticas.
As informações são do Estado Online e da FAO, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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Caramba! Até que enfim uma boa noticia para a pecuária, depois de tanta acusação de ser a vilã do aquecimento global.
Sim, as pastagens podem sequestrar e armazenar carbono. Porém, isso só é possível com um adequado manejo. Portanto, recomendo aos pecuaristas, técnicos, professores e órgãos de pesquisa de todo o Brasil que estudem e apliquem em suas propriedades um correto manejo às pastagens. Saliento, também, que das formas existentes, deve-se dar especial atenção ao sistema Voisin, o qual, atualmente, é o método que melhor faz isso.
Daí nosso insistência no sistema misto lavoura pasto, na recuperação ou renovação dos nossos pastos, como atividade de proteção ambiental, na contenção da erosão, na reciclagem de nutrientes, na melhoria dos atributos fisícos e biológicos pelo aporte do matrial orgânico ao solo.
Precisamos que uma entidade de fora (não brasileira) viesse defender a pecuária e as pastagens…..
Pois até onde eu sabia, pastagens são plantas, que precisam de carbono para sobreviver, e apresentam um sistema radicular muito maior que o de espécies arbóreas (que acumulam carbono de diversas formas).
Quem sabe agora novas pesquisas, sérias, sejam apresentadas pelos órgãos brasileiros de pesquisa, em defesa dos interesses econômicos do país.
Uma das providências mais sensatas seria o melhor aprveitamento dos pastos já existentes com o seu uso intensivo por meio de adubação e irrigação, cada vez mais sendo utilizadas com mais sucesso.
Muito oportuno o Relatório da FAO, este estudo é um excelente marco para que as discussões sobre as varias formas de mitigar o aquecimento global sejam baseados em principios técnicos e não meramente ideologicos. Trabalhos assim contribue para conscientizar a população que todas as atividades agropecuarias quando bem manejadas são sumidouros de carbono.
UFA!! que boa notícia. Mas infelizmente pra alguns sempre tem um porém, como para o Sr. Cícero Teofilo no seu comentário.
Vamos lá, nosso esforço alimentará o mundo, apesar da Marina Silva, Mink e outros mais
muito importante ,devemos pegar carona uma vez que um orgao de importancia anuncia algo de bom,nao esquecer que a proposta e viavel apenas acho a ,muito acanhada,nos podemos muito ,nos podemos mais,e cuidado com o fogo,este sim muito agressivo e com poucas açoes efetivas para evitar e combater queimadas,brigadas de incendio ja!
Pelo menos, depois de um turbilhão de ataques à nossa pecuária, aparece um pronunciamento de instituição mundial de peso, para confrontar com a teimosia do noso ministro do Meio Ambiente e dos seus seguidores.
Estávamos precisando de manifestação da qualidade da FAO para colocar um norte na discussão.
“BRASIL,CELEIRO DO MUNDO”, O momento é mais que oportuno para fazermos um trabalho de divulgação mundial, temos o boi verde, e todas as caracteristicas necessárias para sua produção(temperatura,luminosidade,água,genética,áreas disponiveis,instituições,técnicos e o mais importante, nós …os produtores) e com esta pesquisa, podemos alavancar nossa produção com a mesma área e batalharmos ainda pelo crédito de carbono.Chega de só ouvirmos e lamentar,está na hora de falar.
Abraços.
Até que enfim uma defesa para a agropecuária. Mas é preciso consciência dos produtores e dos órgãos de assistencia aos produtores para a formação de uma cultura de sustentabilidade na agropecuária, deixando de lado o “extrativismo” ora praticado.
A CNA, deveria assumir a divulgação desse relatório como bandeira contra a má fé dos ambientalistas de gabinetes. As pastagens, além de sequestrarem carbono, produzem alimentos, produzem proteina animal.