A FAO divulgou na última quinta-feira (01/09) um relatório de preços internacionais, com observações sobre o crescimento da participação da América do Sul no mercado internacional da carne. Os dados coletados indicam crescimento das exportações de carnes bovina, suína e de frango, confirmando expectativas do setor.
A FAO acompanha mensalmente os preços mundiais das carnes bovina, suína e de aves. Para carne bovina são analisados os preços da carne australiana exportada aos EUA, a importada pelo Japão, a exportada pelos EUA e a exportada pela Argentina. A partir desses quatro preços internacionais, a FAO calcula um índice de preços.
No período de 2000 a 2005, segundo dados da FAO, ocorreu um significativo crescimento nas exportações de carnes dos países sul americanos, como demonstrado no gráfico abaixo.
Gráfico 1: Exportações sul-americanas de carnes
Observando o setor de carnes como um todo, o exportado pela América do Sul representava 13% do comércio mundial em 2000 e passou para 32% em 2005. Ainda considerando as exportações totais de carnes, a participação brasileira no mercado mundial atualmente representa 24%. Os Estados Unidos têm 20% do mercado mundial de proteína animal e a União Européia 12%.
Segundo o estudo da FAO, o mercado mundial vive um momento de instabilidade, o que traria transtornos para países com elevada relação exportação/produção. Isso é especialmente importante para o Brasil, onde as exportações cresceram consideravelmente, em função de fatores competitivos, sanidade e taxas de câmbio. Segundo a FAO, a relação exportação/produção brasileira de proteína animal passou de 10% em 2000, para 26% em 2005.
Considerando-se o índice da FAO para preços internacionais de carne bovina, observou-se, em junho de 2005, um crescimento de 3,9% em comparação à média de janeiro a maio deste ano. Em relação ao preço médio anual, junho de 2005 apresentou valor 6,4% superior à média de 2004 e 25% superior a de 2003.
A valorização do índice de preços da FAO a partir de 2004 pode, em grande parte, ser explicado em função do surgimento da EEB (doença da vaca louca) nos EUA e Canadá.
Gráfico 2: Evolução do índice da FAO (2003-2005)
Por atender a mercados diferentes dos cobertos pelo Canadá e Estados Unidos, a variação de preços da carne Argentina não apresentou influência significativa após o aparecimento da doença, sendo, portanto, inferior à variação do índice.
Apesar disso, acredita-se que o mercado de carnes para países exportadores sul americanos nos últimos anos foi beneficiado em função da ausência de doenças como a vaca louca e a gripe do frango, além das taxas de câmbio favoráveis à exportação.
Fonte: Equipe BeefPoint, com dados da FAO