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FAO: preços da carne continuam fortes em 2005

A FAO divulgou na última quinta-feira (01/09) um relatório de preços internacionais, com observações sobre o crescimento da participação da América do Sul no mercado internacional da carne. Os dados coletados indicam crescimento das exportações de carnes bovina, suína e de frango, confirmando expectativas do setor.

A FAO acompanha mensalmente os preços mundiais das carnes bovina, suína e de aves. Para carne bovina são analisados os preços da carne australiana exportada aos EUA, a importada pelo Japão, a exportada pelos EUA e a exportada pela Argentina. A partir desses quatro preços internacionais, a FAO calcula um índice de preços.

No período de 2000 a 2005, segundo dados da FAO, ocorreu um significativo crescimento nas exportações de carnes dos países sul americanos, como demonstrado no gráfico abaixo.

Gráfico 1: Exportações sul-americanas de carnes


A fatia do mercado mundial ocupada pelos exportadores da América do Sul com relação a cada tipo de carne foi crescente no período estudado. De acordo com a FAO, a participação dos países sul americanos nas exportações mundiais de carne bovina passou de 17% em 2000 para 41% em 2005. As exportações de carne de frango passaram de 14% para 37% entre 2000 e 2005 e de suínos aumentou de 5% para 15% do total no período.

Observando o setor de carnes como um todo, o exportado pela América do Sul representava 13% do comércio mundial em 2000 e passou para 32% em 2005. Ainda considerando as exportações totais de carnes, a participação brasileira no mercado mundial atualmente representa 24%. Os Estados Unidos têm 20% do mercado mundial de proteína animal e a União Européia 12%.

Segundo o estudo da FAO, o mercado mundial vive um momento de instabilidade, o que traria transtornos para países com elevada relação exportação/produção. Isso é especialmente importante para o Brasil, onde as exportações cresceram consideravelmente, em função de fatores competitivos, sanidade e taxas de câmbio. Segundo a FAO, a relação exportação/produção brasileira de proteína animal passou de 10% em 2000, para 26% em 2005.

Considerando-se o índice da FAO para preços internacionais de carne bovina, observou-se, em junho de 2005, um crescimento de 3,9% em comparação à média de janeiro a maio deste ano. Em relação ao preço médio anual, junho de 2005 apresentou valor 6,4% superior à média de 2004 e 25% superior a de 2003.

A valorização do índice de preços da FAO a partir de 2004 pode, em grande parte, ser explicado em função do surgimento da EEB (doença da vaca louca) nos EUA e Canadá.

Gráfico 2: Evolução do índice da FAO (2003-2005)

Variação dos preços de carne bovina
Dos quatro preços analisados pela FAO, o preço argentino tem maior correlação com o Brasil, uma vez que os dois países atuam em mercados semelhantes. Em junho de 2005, os preços da carne argentina estavam 9,3% maiores que a média dos preços no período de janeiro a maio de 2005. Comparando-se com a média observada em 2004, os preços de junho/05 foram 9% maiores e 13% maiores que a média de preços de 2003.

Por atender a mercados diferentes dos cobertos pelo Canadá e Estados Unidos, a variação de preços da carne Argentina não apresentou influência significativa após o aparecimento da doença, sendo, portanto, inferior à variação do índice.

Apesar disso, acredita-se que o mercado de carnes para países exportadores sul americanos nos últimos anos foi beneficiado em função da ausência de doenças como a vaca louca e a gripe do frango, além das taxas de câmbio favoráveis à exportação.

Fonte: Equipe BeefPoint, com dados da FAO

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