Novo secretário da Agricultura dos EUA disse que comércio de carne bovina com Japão é “principal prioridade”
1 de fevereiro de 2005
Programa de controle de qualidade para laboratórios de nutrição animal
3 de fevereiro de 2005

Fatores internos e externos derrubam valor da arroba

O enfraquecimento do dólar ante o real é apontado pelos frigoríficos como o grande responsável pela queda do preço do boi no mercado interno desde meados de dezembro. Mas outros fatores têm influenciado essa retração, como o embargo russo à carne brasileira, o recuo do consumo de carne no Brasil e o aumento da disponibilidade de animais para abate.

O diretor de Originação do Friboi, Artêmio Listoni, informa que o atual patamar do dólar já está tornando inviável a exportação brasileira de cortes menos nobres. “Com este câmbio é melhor vender no mercado interno”, disse. O executivo Fábio Dias, do Frigorífico Marfrig, também afirmou que há um redirecionamento para o mercado interno.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), o preço da tonelada de carne bovina em dólar ficou, na média, em US$ 2.010 em dezembro, abaixo dos US$ 2.114 verificados em dezembro de 2003. A tonelada de carne chegou a ser cotada na média por US$ 2.254 em maio de 2004.

No mercado interno, o preço do corte traseiro caiu de R$ 4,90 em dezembro para os atuais R$ 4,20 por quilo. Segundo Listoni, este aumento de oferta interna ocorreu em um momento em que o consumo está enfraquecido. “Depois de consumir até 42 quilos de carne/ano nos anos 90, o consumo hoje está próximo dos 35 quilos per capita/ano”, destaca.

Ele acrescenta ainda que a produtividade aumentou. Para Listoni, a maior produtividade está associada à elevação do uso de tecnologia e a manejos de confinamento e semiconfinamento. “Não dá mais para deixar o boi no pasto perdendo peso na entressafra. É dinheiro jogado fora”.

Outro fato que pode incomodar o Brasil é a volta da Argentina. Segundo a consultoria FNP, a arroba do boi no país vizinho sai por US$ 19, ante US$ 22,30 no Brasil. Entretanto, Listoni acredita que a Argentina pode avançar em alguns poucos mercados. “O Brasil está conquistando o mundo com a qualidade de sua carne. Os importadores não vêem apenas preço, mas também qualidade, e isso o Brasil tem oferecido”.

Fonte: O Estado de S.Paulo/Suplemento Agrícola (por Eduardo Magossi), adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.