A Fazendas Reunidas Boi Gordo S. A. entrou ontem com pedido de concordata preventiva na cidade de Comodoro (MT). Segundo a empresa, que tem 14 anos de existência, a decisão se deve à demora de cinco meses para a aprovação do último pedido de reserva de subscrição de Contratos de Investimento Coletivo por parte da Comissão de Valores Mobiliários.
Outro motivo para a medida teria sido a mudança na conjuntura econômica mundial após os ataques terroristas sofridos pelos EUA, que coincidiram com o período de lançamento das ações da empresa. Segundo o presidente da companhia, Paulo Roberto de Andrade, a empresa viu-se obrigada a honrar seus compromissos sem contar com receitas previstas. Ele disse que a intenção é de honrar todos os vencimentos e afirma tratar-se de uma situação temporária.
O promotor da cidade, Mauro Poderoso Júnior, avalia que a dívida da empresa com seus parceiros seja de mais de R$ 1 bilhão. Segundo ele, o pedido de concordata preventiva – que foi assinado pelo juiz Edson da Costa Leite – representa um processo que visa evitar a falência definitiva da empresa. Desta forma, a falência pode não se concretizar se, num período de dois anos o grupo conseguir saldar seus débitos. O Ministério Público também vai atuar no sentido de saber se houve crime contra a economia popular.
“O processo começa a tramitar agora. A empresa terá que nos apresentar um plano de gerência, que será fiscalizado pela Justiça e pelo Ministério Público. Os direitos trabalhistas são prioridade no pagamento dos débitos”, informou o promotor. “Vamos trabalhar para que todos os parceiros tenham seus direitos garantidos”, disse. Em todo o País, a empresa possui cerca de 24 mil parceiros.
Fonte: Correio do Povo/RS e Diário de Cuiabá (por Sérgio Ripardo e Joanice Pierini Loureiro), adaptado por Equipe BeefPoint