Desde terça-feira o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) não opera mais em Mato Grosso do Sul com linha para aquisição de matrizes. O fundo estava operando em restrição de até mil animais, a R$ 500 cada, e de embriões. A informação é do Banco do Brasil, que também tem lugar no Conselho Deliberativo do fundo no estado.
Segundo o Banco do Brasil, a pecuária responde por 80% das operações e dentro disso a aquisição de matrizes e embriões têm representativa participação. A restrição teria ocorrido também em função da frustração da safra de soja, por conta do veranico, e que deve prejudicar o retorno dos recursos contratados em operações de crédito.
Além disso, o governo está no compasso de espera em relação à capitalização do FCO, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) na ordem de R$ 1 bilhão, já anunciado mas cujas Medidas Provisórias não foram assinadas para o trâmite da transação.
Na próxima semana o conselho deliberativo do FCO deve reunir-se para analisar a suspensão do financiamento. Será discutida uma solicitação entregue pela Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) que reivindica o repasse de pelo menos R$ 10 milhões para negócios na Expogrande. A suspensão ocorre em um momento de grande demanda, com o circuito de leilões, aberto dia 16 de março.
O dinheiro garantiria 45,4% do total de transações previstas, já que a entidade anunciou a expectativa de arrecadar R$ 22 milhões nos 57 leilões programados.
O presidente da Acrissul, Laucídio Coelho, disse estar confiante em uma solução positiva para o impasse, mas assegurou que outras formas de financiamento devem evitar prejuízos na Expogrande. “Outras exposições, como a de Londrina e de Uberada, funcionam bem mesmo sem a existência do FCO. Aqui se a gente não tiver essa alavanca, vamos mesmo no muque”.
Fonte: Campo Grande News (por Fernanda Mathias e Ângela Kempfer), adaptado por Equipe BeefPoint