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Febrac começa a discutir mudanças na feira de Esteio/RS

Encerrada a Expointer 2002/RS, é hora de as associações começarem a discutir a exposição do próximo ano. Pista especial para leilões de elite, ampliação de pavilhões, dois turnos para a mostra e até redução nos discursos políticos na abertura oficial estão na pauta dos criadores.

Levada à condição de co-promotora da mostra na edição encerrada no domingo (01), a Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) reúne 15 entidades e pretende entregar ao governo estadual pedidos de modificações no Parque de Exposições Assis Brasil a partir do próximo ano. Segundo o presidente da entidade, José Paulo Cairoli, a partir desta semana as associações filiadas começarão a realizar assembléia com seus associados para analisar as sugestões que serão encaminhadas até o final de novembro.

A principal reivindicação dos criadores é a construção de um local específico para leilões de elite. Cairoli entende que o restaurante internacional, onde se realizaram este ano os remates de animais de argola do Angus e do Charolês, já esgotou a sua finalidade. A pista nova, com arquibancadas para mil pessoas e inaugurada há cinco anos, não agrada. Uma pista de elite deve permitir a colocação de mesas, garantindo o conforto dos investidores, observa o dirigente.

Os produtores ligados à Febrac também entendem que o pavilhão que hoje abriga os bovinos de corte e os ovinos está pequeno e precisa ser ampliado. Na avaliação de Cairoli, a tendência é de que, no próximo ano, a representação das duas espécies aumente por causa da maior presença de animais de fora (as porteiras do Estado já deverão estar abertas a partir de novembro). Outra sugestão é a construção de outro pavilhão. “A Expointer vai crescer e, com ela, a necessidade de melhorar a infra-estrutura”, diz.

Uma questão de ordem política foi discutida nos corredores do evento depois do fracassado desfile de animais na sexta-feira de inauguração oficial. Cairoli confessa que os produtores que tiveram os animais premiados como grandes campeões e reservados de grandes campeões ficaram constrangidos ao virem o tradicional desfile assistido somente por um punhado de pessoas. Apenas o governador, assessores e alguns criadores ficaram na tribuna de honra.

O ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, o presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto, e outros dirigentes saíram para compromissos. Com eles, saíram os produtores que lotaram as arquibancadas ao redor da pista, que assistiram aos discursos e foram embora sem conhecer o brilho dos vencedores da Expointer. “As estrelas estavam na pista e não no palanque. Os discursos precisam ser reduzidos”, defende o vice-presidente da Febrac, Mário Luiz dos Santos.

Os criadores também examinam a possibilidade de a Expointer ser realizada em dois turnos. Os 10 dias atuais, sem contar a semana de deslocamento, seriam muitos extensos. Limpeza, água e luz são outros problemas verificados nesta edição. O secretário da Agricultura, Ângelo Menegat, disse que o governo estadual está aberto a negociações, a exemplo do convênio firmado este ano com o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers). O acordo terminou alavancando as vendas do setor “Vamos acatar qualquer discussão se isso representar possibilidade de ampliação de negócios”, frisa.

Fonte: Zero Hora, adaptado por Equipe BeefPoint

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