O presidente do Fundo Emergencial da Febre Aftosa (Fefa) de Mato Grosso, Zeca D’Ávila, disse que os pecuaristas já aplicam dinheiro na erradicação da doença. Nos Estados, o Fefa é mantido pelos criadores de gado. “Os pecuaristas estão cumprindo seu papel, mas o governo tem que fazer a parte dele”, defendeu D’Ávila.
“O produtor de Mato Grosso gasta com (combate à) aftosa, mais ou menos, R$ 10 por cabeça de gado ao ano. Em 2003, o governo federal gastou R$ 0,05 por cabeça no Estado. Isso é um crime contra o circuito pecuário do Centro-Oeste”, afirmou o presidente do Fefa.
Mato Grosso tem 24,7 milhões de cabeças de gado. Se cada pecuarista aplicou R$ 10 por animal no combate à aftosa, como diz D’Ávila, o investimento chegou a R$ 247 milhões ao ano, incluindo a compra de vacinas.
Segundo o Mapa, os governos estaduais fizeram um acordo para priorizar, no primeiro semestre, as regiões Norte e Nordeste, que não são áreas livres da aftosa. Mesmo assim, ocorreu em junho um foco da doença no Pará.
Por causa da lei que proíbe repasse de verbas para os Estados no período de 90 dias que antecedem as eleições, a quantia de R$ 44 milhões liberada pela União para defesa agropecuária não será repassada aos governos estaduais.
A Secretaria da Defesa Agropecuária do Mapa informou que o dinheiro vai para as delegacias federais da Agricultura e laboratórios de referência do ministério.
O Mapa avalia que a verba de R$ 44 milhões é pequena em relação à área do país. A estratégia, então, será equipar laboratórios de referência. O Laboratório de Referência Animal de Campinas (SP), que diagnostica doenças da avicultura, vai receber R$ 3,1 milhões e reflete a preocupação com a prevenção à influenza aviária.
O laboratório de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, que é referência para diagnosticar o mal da “vaca louca” e a raiva em bovinos, ficará com R$ 1,3 milhão, informou o ministério.
No Pará, o laboratório de Belém receberá R$ 800 mil para detectar aftosa. Mais R$ 900 mil vão para Recife (PE) e R$ 1 milhão para Porto Alegre.
Ainda não está definido como os Estados vão dividir os R$ 18 milhões para a erradicação da febre aftosa. Os critérios deverão ser o número de cabeças de gado e a área territorial.
Fonte: Folha de S.Paulo/AgroFolha (por Hudson Corrêa), adaptado por Equipe BeefPoint