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Feno em pé: alimento para a seca

O mês de fevereiro é a época ideal para vedar pastagens e deixá-las crescer até o início da seca, garantindo, assim, alimento para o gado quando o capim já não é tão farto. A técnica chamada de "feno em pé", conforme explica o zootecnista Haroldo Pires de Queiroz, difusor de tecnologia da Embrapa de Corte, de Campo Grande (MS), funciona melhor se feita em duas etapas. Na primeira, vedam-se os pastos até 15 de fevereiro; na segunda, até 15 de março.

O mês de fevereiro é a época ideal para vedar pastagens e deixá-las crescer até o início da seca, garantindo, assim, alimento para o gado quando o capim já não é tão farto. A técnica chamada de “feno em pé”, conforme explica o zootecnista Haroldo Pires de Queiroz, difusor de tecnologia da Embrapa de Corte, de Campo Grande (MS), funciona melhor se feita em duas etapas. Na primeira, vedam-se os pastos até 15 de fevereiro; na segunda, até 15 de março.

“É uma prática largamente utilizada pelos pecuaristas”, diz Queiroz. “O que a Embrapa fez foi calcular quais as melhores épocas para a vedação para garantir um volumoso o mais nutritivo possível nos meses de seca.”

Assim, a Embrapa concluiu que a melhor maneira de fazer o feno-em-pé – que nada mais é do que o capim alto desidratado naturalmente no campo – é vedar o pasto em duas etapas. “Não se fecha tudo em fevereiro porque senão, até julho, o capim chegaria muito fibroso e com baixa qualidade nutricional”, diz Queiroz, acrescentando que a vedação escalonada objetiva combinar quantidade com qualidade do volumoso.

“Logicamente o valor nutritivo do feno-em-pé não é o mesmo do pasto de verão, pois o capim já está maduro, mas é o suficiente para a manutenção dos animais e a base para o ganho de peso com uma suplementação”, explica ele, frisando que essa tecnologia exige suplementação para garantir a engorda dos animais na seca.

A suplementação vai desde uma uréia misturada no cocho até resíduos da agroindústria, como polpa cítrica, quirera de milho, resíduos de armazenamento de soja, milho, sorgo, farelo de soja e caroço de algodão, conforme a disponibilidade na região do pecuarista.

A Embrapa recomenda que 50% dos pastos da propriedade sejam destinados a feno-em-pé, na proporção de uma unidade animal (ou um bovino de 450 quilos) por hectare. “Destes 50% um terço deve ser fechado até 15 de fevereiro e os dois terços restantes até 15 de março.”

Pastoreio pesado

Antes de vedar o pasto, porém, deve-se fazer um pastoreio pesado na área. Após fechar a pastagem, deve-se, com solo úmido, adubar com uréia, na proporção de 100 quilos/hectare. O primeiro terço da área só será reaberto em meados de maio e pastejado por 75 dias, até o fim de julho. A outra porção é reaberta no fim de julho e pastejada por mais 75 dias, quando, calcula-se, a seca já chegou ao fim.

Normalmente, área vedada em fevereiro acumula 7 toneladas de matéria seca por hectare e a vedada em março acumula 4 toneladas de matéria seca/hectare. “E 7 toneladas são suficientes para alimentar uma unidade animal por 150 dias”, explica Queiroz.

Os capins ideais são branquiária decumbens, xaraés, marandu, piatã e tifton. Os não-recomendados são mombaça, tanzânia e andropogon, pois eles formam muitos talos quando maduros e os animais não comem talos.

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Fonte: jornal O Estado de S. Paulo

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