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Fernando Sampaio (ABIEC) explica a situação do Brasil no mercado internacional de carne bovina

Segundo ele, até o momento apenas o Japão, que é um mercado pequeno para o Brasil, suspendeu as compras de carne bovina brasileira, por medida do Ministério da Saúde japonês. "Outros países não se manifestaram oficialmente", disse Sampaio.

A indústria frigorífica do Brasil afirmou que não existe justificativa técnica para nenhum país suspender as importações por conta da confirmação de um animal morto em 2010 com o agente causador da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), disse o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) nesta quinta-feira.

A entidade privada do principal exportador global de carne bovina do mundo ainda trabalha junto aos clientes para evitar que embargos como o anunciado pelo Japão se repitam. “Se isso acontecer (embargo), o Brasil tem todo o direito de contestar a decisão na OMC (Organização Mundial do Comércio)”, afirmou Fernando Sampaio, da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

Sampaio ressaltou que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reafirmou a classificação brasileira como risco insignificante para a doença. Segundo ele, até o momento apenas o Japão, que é um mercado pequeno para o Brasil, suspendeu as compras de carne bovina brasileira, por medida do Ministério da Saúde japonês. “Outros países não se manifestaram oficialmente”, disse Sampaio.

A Rússia, um dos principias mercados da carne bovina do Brasil, também sinalizou que poderia suspender as importações, mas não emitiu uma decisão sobre o assunto até o momento. O executivo lembrou que os Estados Unidos e até o Japão já tiveram situações semelhantes. Nos EUA, o caso atípico foi encontrado em uma vaca leiteira que não entrou na cadeia, e eles não tiveram barreiras comerciais, observou o executivo.

Outra questão que vem demandando esforços por parte da indústria frigorífica é a demanda russa de um certificado que comprove a ausência de resíduos da ractopamina, um promotor de crescimento, nas importações de carne bovina e suína. A medida entrou em vigor no dia 7 de dezembro, mas ele afirmou que até o momento o Brasil não teve cargas suspensas por esta questão, uma vez que a substância ainda não é utilizada nos rebanhos do país.

Sampaio lembra que a ractopamina já é usada há cerca de 10 anos pelo setor de suínos, mas para bovinos seu uso foi aprovado somente no final do ano passado, através de alteração de instrução normativa, mas a substância não está sendo usada.

Em julho deste ano, duas empresas do setor de insumos obtiveram os registros necessários para comercializar o produto, mas após a ameaça da União Europeia de banir a carne com o produto, a venda foi suspensa temporariamente. A suspensão temporária, publicada no Diário Oficial em 12 de novembro, deve perdurar até que o Brasil adote um sistema de segregação.

O executivo explicou que agora está em avaliação no governo proposta da cadeia produtiva para um sistema de segregração, criado a partir de parceria entre o Ministério da Agricultura e a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA).

Fonte: Reuters, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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