Ferrovia mudará cenário agropecuário no Tocantins

Com R$ 1,4 bilhão, bancados pela Companhia Vale do Rio Doce, vencedora do leilão de subconcessão que lhe dá o direito de operar a ferrovia, a Norte-Sul deve ganhar em dezembro deste ano porte para mudar a economia do Tocantins e alterar de vez a movimentação de carga de parte do Centro-Oeste.

Com R$ 1,4 bilhão, bancados pela Companhia Vale do Rio Doce, vencedora do leilão de subconcessão que lhe dá o direito de operar a ferrovia, a Norte-Sul deve ganhar em dezembro deste ano porte para mudar a economia do Tocantins e alterar de vez a movimentação de carga de parte do Centro-Oeste.

“A estrada de ferro vai mudar o mapa agrícola do país. É um novo movimento de colonização da região”, destacou o diretor da área de comercialização de logística da Vale, Marcello Spinelli.

Não é exagero. Com mais de 500 quilômetros de extensão, trecho que ligará o município de Guaraí, na região do médio Tocantins, até Açailândia (MA), onde a ferrovia encontra a Estrada de Ferro Carajás, o corredor ferroviário deflagrou negociações que irrigarão como nunca a economia tocantinense. Novos acordos já elevaram a área plantada em 22% em relação à safra passada e o preço das terras duplicou em um ano, atingindo mais de R$ 8 mil por hectare.

Basta olhar o mapa mundial para compreender o significado do corredor Centro-Norte, elevado agora à escala de milhões de toneladas. De lá, partem os grandes navios graneleiros para a Europa, os Estados Unidos ou para o canal do Panamá (acesso mais curto para o oceano Pacífico rumo à Ásia). Mas hoje a produção atual de Tocantins não supera 800 mil toneladas por ano. Por isso, as grandes tradings em operação no Brasil, entre as quais Bunge, Cargill, Multigrain e Caramuru, negociam a expansão da produção local ou estudam entrar na região. “O Tocantins é um estado novo, com produção inferior a 1 milhão de toneladas por ano, mas surge agora como opção de negócios”, confirmou o vice-presidente da Caramuru, César Borges de Sousa.

Segundo o gerente da Norte-Sul, Eduardo Calleia Junger, a perspectiva é ter, dentro de cinco anos, cerca de 8,8 milhões de toneladas de grãos descendo até o porto de Itaqui. Sem contar os volumes que poderão ser gerados pelo transporte de combustível (derivados de petróleo, álcool e biodiesel) ou outros tipos de agroindústria, como a da carne bovina.

Caminho que beneficiará o ex-militar e integrante do Projeto Calha Norte, que é produtor no Tocantins, Charbi Mackhoul Harddy. A carne bovina produzida na região enfrenta um problema de logística para a exportação. Os contêineres despachados do Tocantins para a Europa são carregados em caminhões por 2,8 mil quilômetros até alcançarem o apinhado porto de Santos (SP). Embarcada num navio, a carne viaja de volta ao topo do Brasil, agora por via marítima. São 1.600 milhas náuticas, cerca de 2.900 quilômetros, totalizando 5.700 quilômetros. “A Norte-Sul vai reduzir a um quinto essa distância e abrir um novo mercado para a indústria de frigoríficos da região”, acredita Harddy. As informações são da Folha de S.Paulo.

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  1. Henrique de Freitas Tavares disse:

    Realmente tudo isto é verdade. Aqui em Palmas-capital do estado, está sendo contruída a maior Plataforma Multimodal do estado, com 250 hectares de área. Com previsão de entrega para final de 2009.

    Empresas como a Bunge, segundo a revista Dinheiro Rural, estão procurando 50.000 ha. de terras no entorno da capital para implantar uma Usina de Açúcar e Álcool. Portanto, senhores, este estado será a “Bola da Vez” no que se diz respeito ao Agronegócio Brasileiro.

    Palmas, a mais nova capital do Brasil, contará com um escoamento de produtos Via Rio Tocantins, Via Aeroporto Internacional, Via Terrestre pela rodovia Belém-Brasília e Via Ferrovia Norte-Sul.

  2. Tereza de Castro Guinart disse:

    Não só em Tocantins, mas essa maravilha de estrada de ferro deveria cortar nosso gigante “Brasil”, esse é um sonho que melhoraria tremendamente a vida dos produtores agropecuarios e consequentemente a vida de todos os brasileiros.

    Os politicos e os industriais brasileiros deveriam dispensar a importancia que este caso requer, pensar com seriedade nesse assunto. Neste gigante faltou a via férrea para se tornar uma potencia.

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