Os auditores fiscais federais agropecuários ameaçam convocar novas greves pelo país caso o governo não faça um novo concurso público para ampliação do quadro, pague um adicional em regiões de fronteira ou nivele o salário da categoria com outras de auditores.
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o Anffa, sindicato da categoria, diz que haverá uma reunião entre seus dirigentes e o Ministério do Planejamento, em 6 de setembro, para tratar da pauta de reivindicações da categoria.
A categoria aprovou um indicativo de greve para o caso de as negociações fracassarem. Segundo o Valor apurou, os fiscais até já definiram um cronograma de paralisações, que começariam pelos portos de Santos (SP) e Itajaí (SC) e pelo Aeroporto de Guarulhos (SP).
De acordo com o presidente do Anffa, Maurício Porto, as negociações já vêm acontecendo há dois meses, mas até agora a categoria não obteve sucesso. O ministro da Agricultura Blairo Maggi, chegou a propor um concurso para 500 fiscais, dos quais a grande maioria seria de médicos veterinários para atuarem em frigoríficos, onde está o maior gargalo de fiscalização.
No entanto, segundo o sindicato, o governo resiste. O pedido do Anffa é para que sejam repostas 1,6 mil vagas por meio de concurso. De acordo om o Anffa, também há carências de engenheiros agrônomos, farmacêuticos, químicos e zootecnistas.
Ainda conforme o sindicato, o número de auditores fiscais federais agropecuários recuou mais de 40% nos últimos 20 anos enquanto o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) mais que dobrou. “Estudo da FGV aponta que já atingimos o ápice da curva de eficiência e, se não houver recomposição do quadro funcional, a qualidade dos nossos serviços ficará comprometida e, por consequência, a segurança alimentar da sociedade e a agilidade nos despachos aduaneiros, tanto na importação quanto na exportação de produtos agropecuários”, disse Porto.
Fonte: Valor Econômico.