Depois de uma rápida reunião com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília, os fiscais agropecuários em greve desde segunda-feira (15) resolveram reiniciar as atividades na sexta-feira. A trégua até o dia 29 servirá para retomar a negociação.
No dia 12, o governo propôs aumentar os salários em quase 50% nos níveis iniciais da carreira e quase 7% para os finais. Não houve acordo. A categoria pede 100%.
De acordo com Naka Joaquim, da coordenação do grupo de interlocução do ministério, não é possível conceder o valor pedido. “O governo não tem recursos. O caminho mais racional é voltar ao trabalho e, ao mesmo tempo, negociar”, garantiu.
Em Uruguaiana, a trégua dos 16 fiscais agropecuários fez com que os caminhões parados no Porto Seco Rodoviário e os trens a Estação Ferroviária Aduaneira voltassem a ser liberados. Na tarde de ontem, 163 caminhões e 100 vagões aguardavam liberação do Mapa na fronteira de Uruguaiana.
Durante os quatro dias de paralisação, somente para as indústrias frigoríficas do Mato Grosso, que atuam sob certificação do SIF, os prejuízos superaram a cifra de R$ 1,2 milhão ao dia. “Este volume leva em consideração os custos fixos das 25 plantas frigoríficas mato-grossenses habilitadas à exportação, que possuem custos fixos diários de cerca de R$ 50 mil a R$ 60 mil com manutenção”, explicou o presidente do Sindicato dos Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), Luiz Antônio de Freitas.
O sindicato calcula que a maior parte dos frigoríficos havia reduzido em cerca de 50% os abates, porque a capacidade de estocagem foi superada durante a greve.
Ele acredita que serão definidos nesta semana os reajustes salariais dos fiscais federais, prevendo que a nova proposta causará um impacto de R$ 90 milhões a R$ 110 milhões por ano no orçamento da União.
Fonte: Zero Hora/RS (por Marciele Brum, com colaboração de Mauro Maciel) e Diário de Cuiabá/MT (por Marianna Peres), adaptado por Equipe BeefPoint