Realidade perante a crise
25 de fevereiro de 2004
Japorã pode ter trânsito de gado restringido
27 de fevereiro de 2004

Fiscalização agropecuária em SP pode entrar em greve

No momento em que o Brasil se prepara para ampliar as exportações de carnes e grãos, o Sindicato dos Servidores da Defesa Agropecuária (Sindefesa) ameaça paralisar as atividades de inspeções sanitárias e de fiscalização do trânsito de animais e vegetais em todo o estado de São Paulo. O objetivo da greve, prevista para o início de março, é reivindicar a reposição de perdas salariais e a realização de concursos públicos para recompor o quadro de pessoal da Coordenadoria de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.

Segundo o sindicato, será suspensa a emissão de documentos sanitários usados na movimentação de produtos agropecuários para outros estados ou para exportação. O movimento pode coincidir com o período de visita de uma missão técnica da União Européia para avaliar o sistema brasileiro de defesa sanitária animal, em abril.

Segundo o presidente do sindicato, Rui Marcos Lopes Corrêa, os servidores estão há nove anos sem reposição de perdas salariais, acumulando mais de 120% de perdas, e 12 anos sem concurso para contratação de pessoal. Outros órgãos da secretaria, como Cati e Codeagro, podem aderir à paralisação.

Segundo informações recebidas pelo BeefPoint, fiscais de diversas regiões do país pretendem aderir a greve.

Segundo a Associação dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA), os Fiscais Federais Agropecuários estão mobilizados para interromper suas atividades a qualquer momento, especialmente em Portos, aeroportos e postos de fronteiras.

A ANFFA antevê a possibilidade de colapso no sistema de fiscalização agropecuária, que já trabalha com um quadro de profissionais bastante reduzido (2670), quando o quantitativo ideal seria de 4500 fiscais, isso sem contar que no próximo ano (2005), aproximadamente 1600 destes teriam condições plena de se aposentar.

A ANFFA reconhece o empenho pessoal do Ministro Roberto Rodrigues em resolver o problema. A questão, no entanto, está na esfera do Ministério do Planejamento que ao longo dos três últimos anos vem tratando o problema com displicência e apatia.

Fonte: O Estado de S.Paulo (por José Mário Tomazela) e assessoria de imprensa da ANFFA, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.