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Físico segue firme, indicador sobe R$ 1,07

No mercado físico, a oferta continua restrita e os frigoríficos fazem o que podem para tentar evitar novas altas. Mas com escalas muito curtas fica difícil exercer alguma pressão sobre os preços da arroba e as cotações sobem. O indicador a prazo teve valorização de R$ 1,07, sendo cotado a R$ 84,28/@, em relação à semana passada a alta é de 2,72%.

A discussão e votação do relatório do parecer do relator da Subcomissão Especial da Rastreabilidade, marcada para esta terça-feira, dia 27, foi cancelada por falta de quorum e marcada novamente para esta quarta-feira, dia 28. No documento, que ainda não foi divulgado, o relator, deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), vai sugerir novas normas de rastreabilidade do rebanho bovino. A subcomissão foi criada pela Comissão de Agricultura da Câmara após a União Européia anunciar restrições aos exportadores de carne brasileiros, apenas algumas propriedades com certificação estão autorizadas a vender o produto para os países europeus.

Enquanto isso, durante a 76ª Sessão Geral Plenária da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) autoridades brasileiras sinalizaram o desejo enviar uma nova lista de fazendas aptas à exportar e aumentar o volume de carne bovina in natura enviado ao bloco europeu.

Segundo notícia do Valor Econômico, Bernard Van Goethem, diretor de Saúde Animal da UE, adotou um tom positivo que há tempos não se ouvia de alguém de Bruxelas. “A carne bovina brasileira é bem-vinda na Europa, e o consumidor europeu espera com certeza que volte a mesa”, disse ele. “Mas é preciso não só a vontade do governo de aumentar a lista das fazendas autorizadas a exportar, como o desejo dos fazendeiros de querer entrar no sistema de rastreabilidade e que os certificadores os incitem a isso”.

Van Goethem observou que a UE não é responsável pelas listas, e que Bruxelas tem ” inteira confiança” nas autoridades brasileiras. “Elas enviam a lista, nós a publicamos e a exportação estará autorizada. Não haverá inspeção preliminar [da lista pela UE no Brasil], faremos talvez uma inspeção no fim do ano”, garantiu. “Já estivemos muito no Brasil nos últimos meses, o programa de treinamento de auditores teve impacto importante e temos toda confiança nas autoridades para vir com listas muito mais amplas”, reiterou.

No mercado físico, a oferta continua restrita e os frigoríficos fazem o que podem para tentar evitar novas altas. Mas com escalas muito curtas fica difícil exercer alguma pressão sobre os preços da arroba e as cotações sobem em SP, MT, GO, PR e MG, de acordo com o levantamento do BeefPoint.

Tabela 1. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo em 27/05/2008


Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 83,12/@, alta de R$ 0,84. O indicador a prazo teve valorização maior (R$ 1,07), sendo cotado a R$ 84,28/@, em relação à semana passada a alta é de 2,72%.

Tabela 2. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Na BM&F, todos os vencimentos fecharam em alta, com variação média de R$ 1,13. O primeiro vencimento, maio/08, que será liquidado nesta sexta-feira, teve valorização de R$ 0,26, fechando a R$ 83,11/@, com 986 contratos negociados e 3.380 contratos em aberto. Os com vencimento em junho/08 fecharam a R$ 88,35/@, alta de R$ 0,85. Para outubro/08 os contratos de boi gordo foram negociados a R$ 98,17/@, valorização de R$ 1,53, com 6.316 contratos negociados e 28.458 contratos em aberto.

Tabela 3. Fechamento do mercado futuro em 27/05/08


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x contratos futuros para junho/08


A carne bovina no atacado continua se valorizando, diante da oferta enxuta. O traseiro foi cotado a R$ 5,80, o dianteiro a R$ 4,70 e a ponta de agulha a R$ 3,90. O equivalente físico foi calculado em R$ 76,86/@. Com valorização de 2,52% do equivalente físico, o spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente recuou para R$ 6,26.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico


No mercado de reposição, o bezerro continua subindo. O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 658,02/cabeça, alta de R$ 9,34. Em uma semana a alta acumulada é de 3,65%. Com essa valorização, a relação de troca recuou para 1:2,08.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista x relação de troca


André Camargo, Equipe BeefPoint

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