Apenas alguns dias após a União Européia (UE) anunciar o fim do embargo às carnes argentinas a partir de fevereiro, surgiu um foco da doença no sul de Córdoba. No entanto, a reabertura do mercado não corre perigo, podendo haver apenas prejuízos para os produtores da região.
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) confirmou a existência do foco na semana passada. Os 228 animais da propriedade foram sacrificados após obtenção de uma autorização judicial. O foco foi encontrado a 20 km de Vicuña Mackenna, na região de Rio Cuarto, Córdoba.
O responsável pelo Senasa, Bernardo Cané, se reuniu com o governador de Córdoba, José Manuel de la Sota. Após este encontro, foram tomadas algumas medidas adicionais, proibindo-se o movimento de gado na região e adiantando-se o início da campanha de vacinação, que estava prevista para começar em 15 de fevereiro.
Apesar da eliminação do foco, através do rifle sanitário, o envio de carnes da região de Rio Cuarto para UE será postergado por mais 60 dias. Ou ainda pior, esta restrição poderá ser estendida para toda a província de Córdoba, caso isso seja determinado pelos veterinários da UE.
Cota Hilton
Segundo Bernardo Cané, do Senasa, os governos da Espanha e Itália manifestaram apoio a um aumento da Cota Hilton cedida pela UE à Argentina. A Cota Hilton para a Argentina é, atualmente, de 28.000 toneladas. De acordo com as negociações projetadas, pretende-se elevar este volume para 40.000 toneladas. Além da reabertura do mercado europeu para as carnes argentinas, também foram reabertas as exportações para Israel e iniciadas as negociações com a Rússia.
Israel também é considerado um cliente de peso para as carnes argentinas enviadas ao exterior. Entre janeiro e março de 2001, quando iniciou-se o embargo, tinham sido exportadas para Israel 6.422 toneladas de carne, com um valor de US$ 11,95 milhões. Já em 2000, as vendas totais de carnes frescas para este mercado somaram 16.315 toneladas (US$ 30,66 milhões).
Segundo comunicado do Senasa, a importância da reabertura do mercado israelense também se dá pelo país adquirir cortes dianteiros, permitindo uma integração mais rentável da atividade aos frigoríficos exportadores.
Fonte: Clarín, El Observador e Agritotal, adaptado por Equipe BeefPoint