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Foco de raiva herbívora é confirmado no Rio Grande do Sul

O Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul confirmou um foco de raiva herbívora no município de Eugênio de Castro, na Região Noroeste do Estado. Em 13 de outubro, após análises laboratoriais de amostras coletadas de um bovino que morreu no início do mês, foi possível identificar o caso. Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), não há indícios de surto, mas a situação exige atenção dos produtores da região.

De acordo com o coordenador do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH–RS), Wilson Hoffmeister Júnior, na propriedade onde o foco foi identificado, foram registradas quatro mortes de animais suspeitas em 2025. A Inspetoria Veterinária de Defesa Agropecuária já visitou todas as fazendas e granjas em um raio de 10 quilômetros para orientação dos produtores. O rebanho dessas propriedades conta, agora, com pelo menos uma dose da vacina contra a doença.

O técnico explica que a vacinação contra a raiva, embora não seja obrigatória por lei, é fortemente recomendada como a principal medida preventiva. Todos os animais suscetíveis — especialmente bovinos, equinos, ovinos e caprinos — devem ser imunizados anualmente.

O grupo segue agora trabalhando para localizar e monitorar abrigos de morcegos hematófagos, também conhecidos como morcegos vampiros — os transmissores do vírus da raiva. “Nós temos no Rio Grande mais de 3.500 refúgios cadastrados hoje. Então, a gente vai à região onde houve o caso e faz a verificação para ver se os refúgios estão com morcegos. Em todo ano de 2025, tivemos 55 laudos positivos para a doença, um número dentro do esperado”, destacou Hoffmeister.

Nos herbívoros, a raiva é transmitida principalmente por morcegos, especialmente os da espécie Desmodus rotundus, por meio da mordida. O coordenador explica que o vírus da raiva ataca o sistema nervoso central dos animais, sendo sempre letal após o aparecimento dos sintomas.

“O principal sinal específico é que o animal começa a apresentar incoordenação motora. Ele começa meio a ficar cambaleante, depois ele deita e não consegue mais levantar porque ele não consegue controlar os membros posteriores. Do início dos sintomas até a mortalidade, geralmente leva de 5 a 7 dias”, esclarece.

A doença também representa risco à saúde humana, mas a contaminação é rara. O Rio Grande do Sul não registra casos desde os anos 1980. O vírus pode ser transmitido por contato com saliva de animais infectados sem o uso de equipamentos de proteção adequados.

A Seapi reforça que os produtores não devem tentar capturar morcegos por conta própria. A orientação é comunicar imediatamente qualquer indício de abrigo de morcegos — como troncos ocos, cavernas, fendas em rochas, túneis, bueiros, construções abandonadas ou galpões sem uso — à Inspetoria ou ao Escritório de Defesa Agropecuária do município.

Fonte: Estadão.

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