O novo foco de aftosa registrado no Amazonas não deverá ter nenhuma importância para o mercado nacional de carne bovina, a não ser o de retardar ainda mais as pretensões de o governo eliminar essa doença do país. O setor corre muito mais perigo com as notícias, não confirmadas, de um foco de febre aftosa no Paraguai há algumas semanas do que com este, confirmado, no Amazonas.
O gado paraguaio, com fácil trânsito para o Brasil, está a poucos quilômetros das fronteiras brasileiras com áreas livres da doença. Já o do Amazonas está a 500 km da mais próxima área livre da febre.
Esse foco da doença deverá ter, também, repercussão internacional menor do que a do caso de junho, quando Argentina e Rússia suspenderam importações. Naquele mês, parceiros comerciais do Brasil disseram que o governo demorou demais para mostrar exatamente onde tinha ocorrido o foco. Desta vez, esses parceiros ficaram sabendo antes dos brasileiros, tendo sido avisados desse foco na quinta-feira à noite.
Um outro fator favorável ao Brasil neste momento é que a demanda internacional por carne é crescente e os rebanhos dos principais produtores mundiais estão em queda. Isso tem levado o país a ampliar as exportações para vários mercados, à exceção dos que pagam mais pelo produto como Japão e Coréia do Sul, exatamente por não ser livre da aftosa.
Fonte: O Estado de São Paulo, Folha de S.Paulo (por Mauro Zafalon), adaptado por Equipe BeefPoint