Abatedouros da França estão falhando em fazer o estrito controle para evitar a encefalopatia espongiforme bovina (EEB) ou doença da “vaca louca”. Segundo um relatório feito pela agência francesa responsável pela segurança dos alimentos, mais de 10% dos abatedouros da França estão falhando no processo de remoção da medula espinhal das carcaças de carne bovina.
O relatório mostrou que a incidência que as regras são quebradas é maior nos pequenos abatedouros do que naqueles produzem mais de 5 mil toneladas de carne. Entretanto, 10% dos grandes abatedouros também falharam no cumprimento das regulamentações referentes à EEB.
A quantidade de medula espinhal encontrada nas carcaças variou de menos de 5 centímetros em 56% das carcaças examinadas, mas entre 15 e 20 centímetros em mais de 2% das carcaças analisadas onde foi encontrado medula espinhal. O inquérito também encontrou timo e tonsilas, que são classificados como Material de Risco Especificado e devem ser removidos das carcaças. A incidência de casos onde o timo foi encontrado na carcaça foi de 20% das carnes testadas, sendo 35% em pequenos abatedouros.
O relatório mostrou também que havia problemas na aplicação de regras referentes à identificação dos animais, mas descobriu que, de maneira geral, o país tem 100% de rastreabilidade nos animais de mais de 24 meses de idade, e também nas carcaças. Surgiram também preocupações com relação ao nível de treinamento dos funcionários dos abatedouros.
O relatório francês levou a indústria de carnes britânica a dar uma resposta bastante irritada, porque a França ainda está desconsiderando a lei da Europa e mantém a proibição à carne bovina britânica. Segundo o presidente da União Nacional dos Produtores Rurais (NFU) britânica, Ben Gill, “a arrogância das autoridades da França em continuar com esta barreira à carne bovina britânica é completamente ilegítima, enquanto ao mesmo tempo, eles falham em garantir que sua própria carne bovina se encaixe em seus padrões de saúde. Eles precisam colocar sua casa em ordem e retirar esta barreira à carne bovina britânica. Como esta barreira francesa à carne britânica pode ser levada a sério quando sua própria instituição de segurança dos alimentos descobriu que seus próprios abatedouros não estão agindo de acordo com as leis designadas a proteger os consumidores de doenças como a EEB?”.
A Agência Francesa de Padrão dos Alimentos ordenou que fosse feita uma avaliação de riscos com relação à potencial exposição dos consumidores à doença, após a descoberta dessas violações.
“A Comissão Européia determinou padrões severos para os abatedouros que precisam ser seguidos para se garantir a saúde dos consumidores. A pesquisa na França fornece uma evidência de que estes padrões não estão sendo cumpridos pelo mesmo país que está levantando calúnias com relação à carne bovina britânica. É curioso também que o relatório é datado de 13 de junho e somente foi divulgado em 18 de julho, um dia depois que a França perdeu sua batalha na tentativa de protelar a ação legal contra o país com relação à barreira à carne britânica. A França deve ter revelado estas importantes informações de saúde pública por uma questão de urgência”.
Fonte: MeatNews, adaptado por Equipe BeefPoint