A Agência Francesa de Segurança Alimentar (AFSSA) divulgou um informe no qual considera que a importação de carne bovina do Reino Unido não representa um risco aos consumidores franceses. A França tinha determinado o mês de setembro como prazo final para divulgar se retiraria ou não o embargo às carnes britânicas, à espera justamente deste relatório, encomendado a AFSSA em junho passado.
O Governo francês já foi informado que os ministros da Agricultura, Sanidade e o Secretário de Estado de Comércio, analisarão juntamente com o setor e com as organizações de consumidores, este relatório e, em um prazo máximo de 10 dias, as conclusões serão transmitidas ao Primeiro Ministro francês com o objetivo de tomar uma decisão.
A AFSSA considerou que, nos últimos três anos, a situação no Reino Unido melhorou muito, tanto no que se refere à incidência de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), como no que se refere às medidas aplicadas pelo governo britânico, como os programas de controle da alimentação animal e da exportação de carnes.
O embargo francês já dura mais de três anos. Em 1996, a União Européia (UE) impôs um embargo comunitário sobre as carnes bovinas britânicas, após ter sido descoberta a relação entre a EEB e a variante humana desta enfermidade, chamada de nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (nvCJD). Em 1999, a UE decidiu pôr um fim a este embargo, mas a França foi o único país que decidiu manter a proibição de forma unilateral.
Durante estes três anos ocorreram fortes tensões entre a França e a Comissão Européia, que queria impedir que a França agisse contra as normas comunitárias. O caso foi, inclusive, levado ao Tribunal de Justiça que determinou a retirada do embargo francês às carnes britânicas, embora a França não tenha seguido esta determinação.
Os pecuaristas britânicos estão bastante satisfeitos com esta decisão da AFSSA, uma vez que a França sempre foi o maior mercado de exportações de carne do Reino Unido. Antes de 1996, o Reino Unido exportava 106 mil toneladas de carne à França, o que representa aproximadamente metade das exportações britânicas totais. Porém, desde quando a UE permitiu que o Reino Unido voltasse a exportar, a região não conseguiu recuperar o volume de exportação de antes da crise, de forma que a reabertura do mercado francês poderá representar novas oportunidades.
Fonte: Agrodigital, adaptado por Equipe BeefPoint