A exemplo de seus colegas norte-americanos, os produtores rurais franceses poderão vir a comprar terras no Brasil para se dedicar à agropecuária. A expectativa é do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ivan Wedekin, que ontem esteve reunido com uma missão empresarial liderada pelo presidente da Assembléia Permanente das Câmaras de Agricultura da França, Luc Guyau.
“O grupo ficou impressionado com o crescimento da produção agrícola brasileira, especialmente com o aumento de produtividade”, afirmou Wedekin. “Viemos saber como funciona a agricultura brasileira para procurar melhorar o relacionamento comercial entre os dois países”, revelou Guyau. “No mercado mundial, eles se complementam e, ao mesmo tempo, concorrem”.
Os franceses querem uma relação bilateral mais equilibrada. “Hoje, a balança comercial é favorável ao Brasil, que exporta grãos como soja e importa produtos industrializados”, lembrou o presidente da entidade. Até o próximo dia 28, a missão, formada por dez empreendedores rurais, visitará fazendas e empresas exportadoras agropecuárias da Região Sul.
Grandes produtores de bovinos e aves, França e Brasil são concorrentes no mercado mundial de carnes. De acordo com o Guyau, o fundamental nessa área é oferecer um produto saudável aos consumidores. Para ele, isso passa pelo rastreamento e certificação dos animais.
A missão também elogiou o programa Fome Zero e a preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, compartilhada por seu colega Jacques Chirac, em reduzir a fome no Brasil e no mundo. Para tanto, enfatizou o presidente da entidade, é preciso aumentar a produção e ter maior acesso a mercados.
Durante a audiência, o secretário de Política Agrícola ressaltou que o governo brasileiro não subsidia a agropecuária. “Temos uma agricultura de mercado, sem subsídios”. O Brasil, revelou, tem 4,5 milhões de propriedades rurais, das quais 49% com menos de dez hectares. “Esse contingente representa apenas 11% da renda agropecuária. Por isso, o governo está preocupado com a inclusão econômica desse conjunto de agricultores”.
Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint