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Francisco Jardim descarta risco de vaca louca no Brasil

A Secretaria da Saúde de Campinas investiga um caso suspeito da doença de Creutzfeldt-Jakob (chamada popularmente de doença da vaca louca) em um homem de 50 anos, que está internado no Hospital Beneficência Portuguesa. O paciente passa por exames desde a semana passada para confirmar ou não a doença. Segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim, "ainda não temos nenhuma confirmação de que seja essa doença. Mas já podemos adiantar que nunca houve registro de ´vaca louca´ no Brasil. Não há motivo para nenhuma medida preventiva de outros países", disse Jardim. O secretário informou que acionará a Polícia Federal para investigar o périplo feito pelo paciente, em sua recente viagem por vários países da Europa.

A Secretaria da Saúde de Campinas investiga um caso suspeito da doença de Creutzfeldt-Jakob (chamada popularmente de doença da vaca louca) em um homem de 50 anos, que está internado no Hospital Beneficência Portuguesa.

Em nota, a Secretaria da Saúde de Campinas informou que a “doença não é transmitida de pessoa a pessoa e não exige medida de controle no Brasil”. “Não há transmissão desta doença no Brasil. Portanto, não tem impacto na saúde pública ou impacto econômico”, diz outro trecho da nota.

O paciente passa por exames desde a semana passada para confirmar ou não a doença. Os resultados devem ficar prontos, segundo o hospital, em “algumas semanas”. Os sintomas apresentados por ele também podem ser confundidos com meningite ou com alguma doença que provoque alterações neurológicas. Entre os principais sintomas da doença em humanos estão as contrações musculares e a demência.

Especialistas afirmam que não há tratamento para a doença e que a contaminação em humanos pode ocorrer pela ingestão de carne de animais infectados. Um dos modos de evitar a contaminação é não comer carne de ovinos e bovinos provenientes de países onde exista a contaminação.

Em virtude da eventuais repercussões negativas sobre as exportações de carnes brasileiras, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim, viajou ontem à noite a Campinas para acompanhar os resultados das análises laboratoriais sob guarda da Universidade de São Paulo (USP). “Ainda não temos nenhuma confirmação de que seja essa doença. Mas já podemos adiantar que nunca houve registro de ´vaca louca´ no Brasil. Não há motivo para nenhuma medida preventiva de outros países”, disse Jardim. A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, Brigina Kemp, disse ser apenas “suspeita clínica” entre “várias hipóteses”. “Não tem correlação com nenhum produto nacional. É comum surgir um caso desses por ano, e nada se confirma”.

O secretário informou que acionará a Polícia Federal para investigar o périplo feito pelo paciente, um médico pediatra do Hospital Beneficência Portuguesa, em sua recente viagem por vários países da Europa. O continente europeu tem detectado a variante em humanos desde 1986. De lá para cá, quase 200 mil casos foram registrados em todo o mundo. Mas o Brasil nunca teve um caso de “Creutzfeldt-Jakob (DCJ”.

O Minerva S.A. publicou uma nota relatando, segundo depoimentos de médicos, que todos os casos de demência acelerada levantam suspeita de serem diagnosticados como sendo DCJ. O Hospital Beneficência Portuguesa de Campinas informou que a doença neurológica não está confirmada e que o caso está ainda sendo investigado. Ademais, o paciente esteve viajando por um período no exterior.

“A conexão entre esta suspeita e casos de encefalopatia espongiforme bovina (BSE), popularmente conhecida como Doença da Vaca Louca, no rebanho brasileiro é praticamente nula, já que no Brasil a alimentação de bovinos com rações de origem animal é proibida e fiscalizada pelo Ministério da Agricultura. Além disso, toda farinha de origem bovina destinada à nutrição de outros animais, como aves e suínos, passa por um processo de esterilização, eliminando o risco de contaminação”, completa o comunicado do Minerva.

“O Minerva reforça a tese de que este caso nada tem a ver com o sistema brasileiro de produção de carnes, promovendo de forma contínua a qualidade de seus produtos e prezando pela saúde de seus clientes”, finaliza.

A JBS S.A. também se pronunciou afirmando que “as reportagens veiculadas noticiando que uma pessoa foi infectada por uma doença conhecida Creutzfeldt-Jakob (ou similar) no Estado de São Paulo não tem qualquer relação com a indústria de carnes. É importante lembrar que este foi um diagnóstico inicial e que pode não ser confirmado”.

“Nunca houve um caso de Vaca Louca no Brasil e, de acordo com a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) é altamente improvável que ocorra um caso da doença no país, tendo em vista que o gado no Brasil é estritamente alimentado a pasto. O Ministério da Agricultura exerce controles rígidos sobre a alimentação animal e toda a cadeia produtiva, além de estar presente na produção das carnes, garantindo assim a sanidade do produto final”, lembra a JBS.

As informações são da Folha de S.Paulo, Valor Econômico, Minerva e JBS S.A., resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.

0 Comments

  1. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Ninguém falou o óbvio, que o mal de Creutzfeldt-Jakob (CJD) acomete **apenas** pessoas idosas e nada tem a ver com a vaca louca.

    A vaca louca **pode** estar relacionada com a variante do mal de Creutzfeldt-Jakob (vCJD), que em épocas recentes foi constatado em jovens. Chama-se variante exatamente por isso.

    O campineiro com CJD tem 60 anos.

  2. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Desculpem a falha, a idade é 50 anos. Lapso freudiano, talvez meu inconsciente não tenha querido permitir-me ser clasificado idoso…

    Médico pediatra, o paciente esteve na Europa cerca de dois anos atrás.

    http://eptv.globo.com/noticias/NOT,1,1,324348,Laudo+sobre+caso+suspeito+de+vaca+louca+sai+em+ate+10+dias.aspx