Os efeitos da crise internacional começam a aparecer no Brasil e o setor de produção de frangos já começa a sentir esses reflexos. As exportações brasileiras do produto recuaram e pressionam as cotações internas, de acordo com números preliminares levantados pela Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco). A recomendação da entidade para regular o mercado é o descarte de matrizes.
Os efeitos da crise internacional começam a aparecer no Brasil e o setor de produção de frangos já começa a sentir esses reflexos. As exportações brasileiras do produto recuaram e pressionam as cotações internas, de acordo com números preliminares levantados pela Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco).
Segundo o levantamento, foram produzidas no país 435,1 milhões de cabeças em novembro – em outubro foram 496,1 milhões de aves. Em nota, José Flávio Neves Mohallem, presidente da Apinco, diz que o setor produtivo está “fazendo a lição de casa”. José Carlos Godoy, secretário-executivo, acrescenta que a redução da produção já é reflexo da preocupação do setor com a oferta elevada e com a queda das exportações. “As exportações estão lá embaixo e não há perspectiva de mudança no curto prazo”, afirmou. diante do mercado negativo, as empresas decidiram reduzir o alojamento.
Pelas estimativas de Godoy, a exportação de frango em novembro deve ser de 230 mil toneladas para uma produção nacional de 990 mil a 1 milhão de toneladas do produto. Em outubro, a produção já havia somado 990 mil toneladas, mas as vendas externas foram maiores: 315 mil toneladas.
“Frango que deveria ser exportado está sendo jogado no mercado interno”, disse Godoy. Neste cenário de maior oferta doméstica, o preço do frango vivo saiu de R$ 1,80 o quilo há um mês para R$ 1,60 ontem no mercado de São Paulo, conforme acompanhamento da Jox Assessoria Agropecuária. Oto Xavier, da Jox, observou que no curto prazo a pressão sobre as cotações do frango deve continuar já que o efeito da redução da produção agora só deve ser sentido em cerca de dois meses.
Para a Apinco, o “ideal” seria uma produção de 400 milhões de cabeças por mês. A recomendação da entidade para regular o mercado é o descarte de matrizes.
A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.