A direção do Frigorífico Frialto pretende se reunir com lideranças dos pecuaristas antes da assembleia com os credores da empresa, marcada para 2 de dezembro, em Sinop (MT). O encontro deve ocorrer no dia 1º, segundo o diretor comercial do frigorífico, Paulo Bellincanta. Ele explicou que a empresa quer discutir melhor a proposta de pagamento dos pecuaristas, que faz parte do plano de recuperação judicial. A empresa deve propor a utilização de um fator chamado de equivalência de arroba. A dívida seria convertida em arrobas e o valor corrigido de acordo com a cotação do boi gordo.
A direção do Frigorífico Frialto pretende se reunir com lideranças dos pecuaristas antes da assembleia com os credores da empresa, marcada para 2 de dezembro, em Sinop (MT). O encontro deve ocorrer no dia 1º, segundo o diretor comercial do frigorífico, Paulo Bellincanta.
Bellincanta explicou que a empresa quer discutir melhor a proposta de pagamento dos pecuaristas, que faz parte do plano de recuperação judicial. A dívida total do frigorífico passa dos R$ 560 milhões. Com os pecuaristas, está próxima dos R$ 95 milhões.
A empresa deve propor a utilização de um fator chamado de equivalência de arroba. A dívida seria convertida em arrobas e o valor corrigido de acordo com a cotação do boi gordo. E se o preço, em vez de subir, cair? Paulo Bellincanta respondeu que o piso vai ser o valor pelo qual o pecuarista vendeu matéria-prima para a empresa.
“É do valor da venda para mais. Não há possibilidade de receber menos do que o valor pelo qual nos vendeu a matéria-prima”, assegurou o executivo.
Negociável seria o prazo para a quitação do débito com cada fornecedor. Assim, na prática, a empresa deve propor a seguinte relação: a garantia de recebimento pelo pecuarista por, eventualmente, um período mais longo.
“Um levantamento do nosso fluxo de caixa está sendo entregue para que eles saibam em que se baseia a proposta. O que estamos colocando não é uma vontade. É uma certeza de que vai ser cumprido. E temos que mostrar que há viabilidade” ponderou.
Paulo Bellincanta informou também que a dívida com o setor financeiro está praticamente negociada. Aos bancos, o Frialto deve cerca de R$ 440 milhões. A proposta em discussão prevê quatro anos de carência para o início do pagamento. A partir do quinto ano, seriam pagos os juros. A parte principal dos débitos passaria a ser paga a partir do vigésimo ano.
“Não interessa apenas aprovar o plano. Tenho que me deparar com a realidade e fazer o plausível”, ressaltou o diretor comercial da empresa.
O Frialto possui oito unidades produtivas em cinco Estados. Quatro em Mato Grosso (Matupá, Nova Canaã, Sinop e Tabaporã), uma em Mato Grosso do Sul (Iguatemi), além de Rondônia (Ji-Paraná), São Paulo (Jundiaí) e Goiás (Itaberaí).
Duas estão em operação, em Mato Grosso, e servirão de plataforma para o novo produto de carne bovina da empresa: a Linha Timão, lançada em parceria com o Corinthians, na última quarta-feira, dia 24.
A matéria é de Raphael Salomão, do Canal Rural, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Prezados;
Garantir a equivalência em @ é o mínimo que se exige. O pagamento deverá se dar à vista, ou no menor tempo possível. Voto contra a proposta apresentada de pagamento em 03 (três) anos. É um furto querer pagar neste prazo. Mais uma vez proponho a todos os pecuaristas parar de fornecer boi gordo ao FRIALTO caso os mesmos mantenham a intenção de pagar neste prazo.
Pela primeira vez vejo um plano em um processo de recuperação judicial ser apresentado de forma coerente com o mínimo de realidade e, principalmente, responsabilidade. Imagino a preocupação de quem tem dinheiro a receber da empresa, e com toda razão quer ter esse recebimento o quanto antes. Porém, o pagamento de todos os credores tem que se dar de maneira sustentável e segura, garantindo que será realmente feito. É o que se apresenta no plano apresentado.
De nada adianta um plano dizer o que todos querem ouvir, e a empresa não durar mais seis meses. Daí será pior para todos, principalmente os pecuaristas. Os maiores credores (os bancos), ainda poderão assumir o patrimônio e fazer dele algum dinheiro para minimizar as suas perdas, mas os pecuaristas e os demais fornecedores não receberiam seus pagamentos, além das muitas famílias que ficariam desamparadas pelos salários pagos pela Frialto. Desculpe-me Sr. Frederico, mas respeitando sua opinião, não posso deixar de registrar a minha.
E torço para que tudo dê certo com esse plano, e ele seja finalmente aprovado.