O Grupo Frialto informou que protocolou na tarde de quinta-feira (29/07) na 2ª Vara da Comarca de Sinop (MT) seu Plano de Recuperação Judicial (PRJ) e "reafirma seu compromisso com a manutenção de suas atividades e, principalmente, o pagamento de suas obrigações". Na nota a direção do Frialto apresenta dois cenários para o pagamento dos fornecedores estratégicos, onde estão os pecuaristas.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), analisou a proposta do Grupo Frigorifico Frialto aos pecuaristas e disse que “é apenas um ponto de partida”. Segundo Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, “muito coisa vai acontecer até a realização da Assembleia Geral dos Credores e as propostas apresentadas precisam ser discutidas, principalmente no que se refere a prazo e correção monetária”.
Em nota oficial o Grupo Frialto informou que protocolou na tarde de quinta-feira (29/07) na 2ª Vara da Comarca de Sinop (MT) seu Plano de Recuperação Judicial (PRJ) e “reafirma seu compromisso com a manutenção de suas atividades e, principalmente, o pagamento de suas obrigações”. Na nota a direção do Frialto apresenta dois cenários para o pagamento dos fornecedores estratégicos, onde estão os pecuaristas.
Na primeira hipótese a empresa retoma suas atividades sem novos financiamentos. Neste cenário a proposta é de que após a homologação do Plano na Assembleia Geral dos Credores cada Credor Estratégico cujo crédito não seja superior a R$ 25.000,00 será pago integralmente 5 dias depois; aos demais credores, 10% do saldo devedor a cada credor 35 dias depois; 50% do saldo devedor seriam pagos em 11 parcelas mensais; e o saldo restante (40%) pago em 12 parcelas mensais, somando 2 anos para quitar o débito.
Na segunda hipótese, o frigorifico prevê a continuidade das operações com financiamentos no valor de R$ 50.000.000,00. Nesse caso, após a homologação do Plano na AGC, cada Credor Estratégico cujo crédito não seja superior a R$ 25.000,00 será pago integralmente 5 dias depois; aos demais credores pagamento de 10% do saldo devedor 35 dias após o pagamento previsto aos que receberam integralmente; 10 dias após o desembolso do valor do financiamento, pagamento de 50% do saldo devedor; e o saldo restante pago em 11 parcelas mensais.
“A primeira proposta, não aceitamos em hipótese nenhuma, não serve para os pecuaristas. A segunda, que só acontecerá no caso de aporte de novos recursos, ainda precisamos conversar muito, pois queremos redução no prazo de pagamento e assegurar a correção monetária da dívida”, pondera Vacari. Para ele, esse é o início de uma negociação e a Acrimat vai acompanhar todo processo para que seja aprovada a melhor proposta para o produtor “calejado com tantos processos de recuperação judicial”.
“A Acrimat ainda não teve acesso ao Plano completo entregue em Juízo, mas já temos uma noção das propostas”, revelou o assessor jurídico da Acrimat, Armando Biancardini Candia. Ele ressalta que “será estudada cada proposta e apresentadas alternativas que protejam o pecuarista de mais prejuízos”. Candia alerta os produtores credores que “eles têm um prazo de 30 dias para analisar e fazer objeções às propostas apresentadas, que deverão ser entregues por escrito e protocoladas na Comarca de Sinop”. Depois disso, o juiz terá mais 150 dias para marcar a Assembleia Geral de Credores, que deve acontecer até o final de 2010.
O advogado Joel Tomaz Bastos, do escritório de advocacia Felsberg e Associados, especializado em processos de Recuperação Judicial e representante do Frialto, disse que “estamos empenhados nas negociações com as instituições financeiras e a possibilidade da entrada de dinheiro novo na empresa é muito grande, as conversas estão adiantas, mas ainda não temos uma data para isso”. Segundo Tomaz Bastos “a empresa tem total interesse em fazer o pagamento dos pecuaristas com a mesma prioridade que a justiça determina com relação aos trabalhadores, ou seja, no máximo em 12 meses”.
A dívida do Frialto é de R$ 564 milhões, sendo R$ 453 milhões com instituições financeiras, R$ 97 milhões com os pecuaristas, R$ 6 milhões trabalhista e R$ 8 milhões de frete.
A paralisação das atividades do Frialto ocorreu no dia 21 de maio e a empresa protocolou o pedido de recuperação judicial na Comarca de Sinop (MT), no dia 24 de maio. O grupo possui 8 unidades de abates em 5 Estados ( MT, MS, RO, SP, GO). Em Mato Grosso são 3 plantas, localizadas em Nova Canaã do Norte, Matupá e Sinop, e uma planta em construção em Tabaporã.
Para o coordenador de Pecuária da Famato, Carlos Augusto Zanata, a proposta do grupo não é muito vantajosa, devido os moldes do plano. “O produtor que tiver um crédito de um real a mais que os vinte e cinco mil, deixa de receber em cinco dias para receber em dois anos”.
Outros pontos do plano destacados pelo coordenador deixam questionamentos jurídicos, que serão analisados com mais profundidade com o objetivo de garantir a melhor forma de recebimento por parte dos pecuaristas credores.
“Estamos levantando quem são os credores para orientá-los, a exemplo do que foi feito na atuação com o Independência”, comentou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel. O presidente da FAMASUL apontou que o Plano de Recuperação Judicial vai passar pela análise das Unidades Técnicas e Jurídicas da FAMASUL e, na próxima semana, serão repassadas as orientações aos produtores rurais credores do Frialto.
As informações são da Acrimat, Famato, Famasul, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Virou palhaçada esta recuperação judicial,perdi com o independencia a gora fui trabalhar com frialto tb….
Agora serão todos os frigorificos.
A tal Recuperação Judicial, muitas vezes é um verdadeiro calote legal. A maioria das indústrias frigoríficas que se utilizaram dela paralisaram as atividades por falta de recursos financeiros, concorrência e credibilidade. Na verdade já estão quebradas, mas protegidas pela Lei de Falências ganham tempo para enrolar os credores e corroer ainda mais o patrimonio . Esses processos são muito caros e o pouco dinheiro que entra nas empresas é consumido em honorários advocatícios, despesas processuais, assessorias, e assim a coisa vai se arrastando até que os credores percam o ânimo e o interesse de lutar pelos direitos. Os sócios e diretores tambem ganham o tempo necessário para transferir ou vender os ativos pessoais.
No Caso do Margen, por exemplo, pecuaristas e empregados estão com créditos vencidos desde 2008 e nada receberam até agora.
Parabens pelo comentário, essa é uma realidade e com o frialto não vai ser diferente, muitos produtores estão saindo da pecuária em razão destes tipos de empresários, que não tem compromisso com os produtores.
Em primeiro lugar quero deixar aqui meus parabéns para o Senhor de Primavera, porque se mostrou entendedor do negócio e principalmente por ter coragem de expor sua opinião, coisa que muitos falam, mas não assumem e quem deixa aqui seu comentário literalmente assina embaixo o que pensa e diz.
Pois bem, acompanho de perto este drama vivido pela Frialto, drama que se estende aos produtores, fornecedores de insumos, aos freteiros, à sociedade em geral e principalmente aos trabalhadores que perderam seus postos. Por isso creio eu, ter capacidade para dizer que não vem sendo bem assim como o Senhor colocou. Vejo pessoas que conheço trabalhando de sol a sol, se empenhando para de qualquer forma reerguer a empresa. Vejo também nas declarações e na sempre presença na região dos proprietários, o que contraria sua comparação com o Margen por exemplo. Concluo então que o balanço está sendo positivo, para uma empresa que o Senhor diz estar tão disposta a “ENROLAR” seus credores, estar com 2 unidades já em funcionamento e pelo que acompanho na mídia, sem reclamações das novas operações. Termino dizendo que devemos sempre esperar que o melhor aconteça para todos, porque se for do contrário, nossa batalha do dia a dia não faz sentido… Abraços…
é uma pena que mais uma grande empresa do setor esta caminhando para a falencia, trabalho com a frigol a mais de 10 anos sempre foram muitos corretos só queria saber oque que está acontecendo com estes frigoríficos os culpados são os administradores, ou a situação politica e economica do pais.
Calma gente.