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Frialto busca alternativa para voltar ao mercado

O Frigorífico Frialto, suspendeu os abates de bovinos em todas as suas unidades espalhadas em cinco estados brasileiros. De acordo com fontes do mercado, com problemas de liquidez e sem conseguir capital de giro (financiamento), o grupo, no curtíssimo prazo, não enxerga alternativas que possam reoxigenar a empresa e assim retomar a linha de produção. Nos bastidores o que se diz é que havia uma conversa para a venda dos ativos do Frialto ao grupo Marfrig. Porém, a negociação teria dado errado e a diretoria do grupo mato-grossense teria sido pega de surpresa com a negativa e optou pela paralisação repentina, para avaliar as alternativas.

O Frigorífico Frialto, suspendeu os abates de bovinos em todas as suas unidades espalhadas em cinco estados brasileiros. De acordo com fontes do mercado, com problemas de liquidez e sem conseguir capital de giro (financiamento), o grupo, no curtíssimo prazo, não enxerga alternativas que possam reoxigenar a empresa e assim retomar a linha de produção.

Somente na unidade de Sinop, sede do grupo, 730 cabeças deixarão de ser abatidas. A conseqüência imediata é o alongamento das escalas de abates das outras plantas que atuam na região e um provável achatamento do preço da arroba. De sexta-feira até ontem, por exemplo, a arroba ficou R$ 2 mais barata na região, passando de R$ 74 para R$ 72.

Como explica o presidente da Associação dos Criadores do Vale do Arinos (que engloba municípios do norte de Mato Grosso), Fernando Conte, o Frialto não conseguiu quitar os pagamentos junto aos pecuaristas que venderam animais nos último três dias. O que deveria ser quitado na quinta-feira (20), sexta-feira (21) e ontem estava em aberto e sem previsão por parte do Grupo.

“Tivemos reunião com a diretoria e nos foi pedida paciência. Entendemos que há boa vontade em acertar os pagamentos. Os animais que estavam prontos para o abate ontem foram devolvidos. A diretoria deixou claro que não tem intenção de dar calote em ninguém”. Porém, a situação do Frialto traz a recente lembrança de que mais um frigorífico em MT possa estar na iminência de falência ou de iniciar um processo de recuperação judicial. “Tememos também a concentração no segmento. O Frialto era o mais importante grupo em atuação no norte de Mato Grosso e sul do Pará, representando 40% do mercado do Vale do Arinos. Se de fato o Frialto sair de cena, há alternativas para comercializamos o boi, porém ficaremos restritos ao frigorífico Pantanal ou ao Friboi”, observa Conte.

Nos bastidores o que se diz é que havia uma conversa para a venda dos ativos do Frialto ao grupo Marfrig. Porém, a negociação teria dado errado e a diretoria do grupo mato-grossense teria sido pega de surpresa com a negativa, e por isso a paralisação repentina seria o plano B acionado às pressas. “O Frialto fechou as portas para tomada de decisão, fazer um levantamento e assim enxergar a situação. Pediram aos pecuaristas uma semana de prazo”. Ontem, durante quase todo o dia, Bellincanta esteve em reunião em Cuiabá relatando a situação e buscando ações a curto prazo. A assessoria de imprensa do Marfrig, localizada em São Paulo, negou que haja negociações junto ao Frialto.

Conforme apurou o Valor Econômico com fontes dos setores de carnes e financeiro, a operação entre Frialto e Marfrig envolveria arrendamento com opção de compra, um modelo semelhante ao que a Marfrig fechou com o gaúcho Mercosul em 2009.

No ano passado, o Frialto contratou a Iposeira Partners para reestruturar sua dívida de R$ 360 milhões. Mas o frigorífico, que fatura cerca de R$ 1,2 bilhão por ano, continuava com dificuldade para obter novas linhas com bancos credores. Além do crédito restrito, diz uma fonte do setor financeiro, parte dos fornecedores de bovinos passou a exigir pagamento à vista – o que afetou o fluxo de caixa do Frialto -, depois do episódio do frigorífico Independência, que surpreendeu o mercado pedindo recuperação judicial em 2009.

A Associação dos Criadores do Estado (Acrimat) está solidária e vai tentar, juntamente com o Frialto, buscar uma saída. “A paralisação das unidades, é claro, nos deixa tristes e preocupados com o jeito como as coisas caminham, como, por exemplo, para a concentração de várias unidades nas mãos de poucos grupos, o que vem sendo registrado desde o ano passado, quando várias plantas lançaram mão dos planos de recuperação judicial”, explica o superintende da Acrimat, Luciano Vacari. Conforme a entidade, caso o Frialto seja vendido ao Marfrig, a empresa e o JBS/Friboi seriam responsáveis por 70% dos abates de bovinos em Mato Grosso.

Vacari faz questão de dizer ainda que o Frialto sempre foi uma boa empresa para se negociar. “Tiveram sempre um posicionamento de mercado muito bom, sempre pagaram em dia, até mesmo após a crise mundial que afetou o segmento. Por isso vamos ajudar e ver o que pode ser feito”.

O superintendente criticou mais uma vez a política do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de dificultar a concessão de crédito aos pequenos e médios frigoríficos, como é o caso do Frialto. “E isso vem facilitando as fusões no mercado e ampliando o nível de concentração de poucos grupos”.

As informações são do Diário de Cuiabá e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Frederico Prado Martins disse:

    Prezados;

    No site do FRIALTO já se lê a notícia que o mesmo ingressou com o pedido de RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
    Infelizmente, nada podemos fazer não é? Pobres produtores que alimentam este País. Deveríamos todos liquidar nosso investimento, colocarmos o resultado debaixo do colchão e ver o trem da história passar.
    A Lei de Recuperação Judicial não haveria de contemplar oportunistas, irresponsáveis e espertalhões, mas infelizmente, é para isso ou para esses que ela parece estar servindo.
    É lamentável!

  2. francisco dos santos disse:

    Frialto quando era uma empresa de pequeno porte era rentavel e cumpridora de seus compromissos, minha resposta a esse crescimento e como meu velho pai falava…..galinha que acompanha pato, morre na primeira lagoa., sou contra esses crescimentos rapidos, isso geralmente acontece com credito facil e capital alheio bnds etc etc, amigos pecuaristas ficam com a barba de molho que essa dupla que ta comprando tudo e todos deve ser a proxima da fila a explodir.

  3. Lazaro Alexandre Thomazini disse:

    É uma pena, uma baita empresa, fui representante do Frialto por 6 anos no Esp.Santo, quando reestruturaram o Depto Comercial em 2006 a maior preocupação deste departamento foi em prejudicar os representantes, acabando com eles, como se esses fosem prejudiciais a empresa, hoje vemos que não, o problema estava exatamente em quem chegou com as idéias inovadoras. A família Bellincanta não merecia um final tão triste para a empresa que tratavam com tanto carinho.
    Idéias inovadoras tem que vir de quem tem competencia, não de aventureiros abestalhados.

  4. Silvio Medeiros disse:

    É se continuar assim, muito em breve os pecuaristas vão ser empregados deste monopólio que esta se formando ou concentração, como preferirem, a verdade é que o governo esta envolvido nesses processos e o BNDS é solidario as essas empresas que estão comprando todo o seguimento, vamos ver até qdo, se a politica mudar quem sabe as coisas voltam como era, e os pequenos continuam trabalhando e tendo seu lugar ao sol, e o pecuarista como meu avô volte a ser fazendeiro e não peão como ele diz ser hj.

    lamentavel.

  5. Flávio Expedito Gorski Pereira disse:

    Lamentável.