A JBS S.A., empresa controladora do Friboi, informou ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que realizou a aquisição de uma propriedade, dando início a atuação da empresa na atividade de confinamento de bovinos. A propriedade adquirida foi o Confinamento Malibu, localizado no município de Castilho/SP. O Friboi informou que a estrutura do confinamento possibilita engorda de 150.000 animais por ano e o valor da negociação foi de R$ 30 milhões.
A JBS S.A., empresa controladora do Friboi, informou ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que realizou a aquisição de uma propriedade, dando início a atuação da empresa na atividade de confinamento de bovinos.
A propriedade adquirida foi o Confinamento Malibu, localizado no município de Castilho/SP, com capacidade estática para confinamento de 50.000 animais. Em fato relevante entregue a CVM, o Friboi informou que a estrutura do confinamento possibilita engorda de 150.000 animais por ano. O valor da negociação foi de R$ 30 milhões.
No comunicado o diretor de Finanças e Relações com Investidores, Sérgio Longo, informou que esta entrada na atividade de confinamento de bovinos, só vem reafirmar o compromisso do Friboi com a indústria da carne e derivados. Segundo Longo, “Com esse importante passo, a JBS S.A. fortalece ainda mais sua já conquistada liderança de mercado”.
19 Comments
Acredito que isto seja muito ruim para o pecuarista que atua na terminação, pois cada vez mais os grandes frigoríficos estão se fortalecendo e acabando com os pequenos frigoríficos. Fazendo com que diminua o leque de opções para o produtor negociar na hora de vender seus bois gordos, é muito boi na mão de tão poucos frigoríficos.
E para piorar tudo, os grandes estão aumentando a sua capacidade de ter animais próprios para abater, forçando cada vez mais o mercado para baixo.
É preciso que as classes produtoras tomem ações imediatas, pois se continuar assim a coisa só vai piorar, só vai mandar quem estiver comprando e nunca teremos pressão de alta nos preços praticados.
É, com esse passo o Friboi continua se fortalecendo cada vez mais e dificultando para os concorrentes.
A estrutura do confinamento Malibu é de dar inveja a qualquer confinamento no Brasil e olha se não no mundo. A certeza de um bom negócio para os dois lados. Resta saber o que vai acontecer com produção de carne uma vez que o novo Sisbov tem ligação totalmente com os terminadores.
O importante é dar tudo certo.
Mais um exemplo de como a indústria da carne tende a se verticalizar, excluindo os produtores dos ganhos de mercado.
Observa-se no mercado bovino brasileiro uma tendência da produção intensiva de bovinos. Acredita-se em uma maior otimização dos ganhos e também um giro mais rápido nos processo produtivos.
Vale ressaltar que apenas 3 a 4% da produção de carne brasileira advém da produção intensiva da pecuária de corte. Quando se nota uma grande empresa como o Friboi entrar na atividade é sinal de que há uma confirmação da tendência mencionada no início do comentário.
Parabéns à direção da JBS S/A. Já que ninguém se habilita a lhe fazer concorrência que continue crescendo e se expandindo até passar da atual condição de “líder” de mercado, para “dona” do mercado. Competência é para quem tem.
O que ganham os pecuaristas com isso, a não o estreitamento de possibilidades de negociação com os frigoríficos. Será que agora os “invernistas” também terão de virar criadores? Pois não irá restar muito mercado para o regime de engorda à pasto.
A primeira estratégia de crescimento da JBS Friboi enumerda em seu prospecto de lançamento de ações na bolsa, é a consolidação. A empresa acredita que hoje o mercado é fragmentado e, como nos EUA, deverá passar por este processo. Estamos todos surpresos com a agressividade que a empresa vem tocando este processo, entrando, inclusive, na etapa anterior de produção com a aquisição de um dos Top 50 Confinamentos.
Vamos esperar e ver quais serão os próximos passos.
Vale ressaltar que o Brasil tem feito muito pouco em relação a sanidade animal, principalmente quando se fala em confinamento. A comunidade européia todo dia ameaça a exportação do Brasil, as perguntas são muitas e poucas são as respostas.
Como sistema mercadológico para a produção de bovinos com boa terminação para o mercado essa aquisição é excelente, porém para o produtor é uma mostra que cada vez mais os grandes frigoríficos abatedouros irão se posicionar de forma a estabelecer preço na venda do boi gordo, perdendo assim o produtor o poder de negociação e então tendo que entregar ao preço que o mercado estabelece. Ou os produtores se unem para forçar o mercado a estabelecer preço ou o mercado abocanha parte do lucro do produtor, a regra do jogo agora é essa.
Isso tornará o frigorífico cada vez menos dependente do produtor. Ele terá mas força para controlar os preços praticados no mercado do boi.
Por outro lado o Friboi poderá produzir animais padronizados, o que alguns pecuaristas não fazem.
Parabéns a todos nós que participamos da cadeia do agronegócio, especialmente aos que atuam diretamente em confinamentos.
Para nós é uma grande vitória saber que uma empresa como a Malibu Confinamento foi negociada por uma grande empresa como o Friboi.
Isso nos mostra que o caminho da valorização de projetos bem montados e com alta capacidade de gerenciamento, tende a ser cada vez mais reconhecido por todos.
Isso nos mostra que estamos num caminho sem volta rumo a alta capacidade de produção industrial de bovinos de corte.
Parabéns ao Dr. Mário Celso Lopes, por ter se empenhado e mesmo sabendo que vivemos em um país como o Brasil, cheio de tantos entraves ao desenvolvimento, acreditou e concretizou além do seu sonho pessoal o sonho de todos aqueles que participaram desde o inicio.
Isso nos dá cada vez mais forças para trabalhar e acreditar em um futuro melhor para nossos filhos.
Ao Friboi só podemos parabenizar e dizer que sejam bem vindos ao mundo dos confinamentos. Sabemos que uma grande empresa como o Friboi e toda sua sabedoria deve mais uma vez, mostra o interesse em estreitar as relações com o pecuaristas. Trabalho que já vem sendo desenvolvido e que acreditamos seja agora intensificado pelo fato do maior envolvimento junto a cadeia produtiva. No mínimo o Friboi mostra a todos os pecuaristas o respeito e a importância que dá aos seus clientes, pois com mais esta ferramenta poderá montar e desenvolver mais e mais parcerias tanto no referente ao bom acabamento dos bois de clientes como na rentabilidade final de cada cliente.
João Luís Chichorro
Dizem que “do boi se aproveita até o berro”, realmente, mas até onde eu sei (e se eu estiver errado, gostaria de um esclarecimento por gentileza), quem lucra com isso com certeza não são os produtores, porque os produtores são remunerados somente pelo peso da carcaça.
Afinal, os sub-produtos comestíveis e não-comestíveis agregam valor, e como a gente ouve falar por aí, na China a traquéia bovina é uma iguaria (Como será o preparo?) Isso sem falar no couro.
Com o aumento do rebanho dos grandes frigoríficos, a tendência pela remuneração da carcaça é ainda ficar pior, o que poderá promover a exclusão do produtor.
Parabéns ao Friboi, pois “vai fortalecer ainda mais sua já conquistada liderança de mercado”, infelizmente, o mesmo não posso dizer aos nossos pecuaristas, que sem liderança, cada dia mais sucumbem aos “fortalecimentos e lideranças” dos frigoríficos.
Tomara que isso venha trazer algum benefício para a pecuária, pois o Friboi está acreditando e jogando tudo o que tem direito, é de admirar, vamos torcer para que traga benefícios, que é o que precisamos.
Agora está confirmado. Com essa bela reserva de bois, que pode ser engordada com maior ou menor intensidade, dependendo dos perços praticados no mercado, a situação do pecuarista fica ainda pior, pois se não vender barato, o frigorífico abate boi próprio, e como não pode segurar boi no pasto, acaba se submetendo aos caprichos e preços lançados a bel prazer dos grandes frigoríficos.
Caros pecuaristas, resta-nos o consolo de que engordar boi, em qualquer pequeno espaço se faz.
No entanto, quero saber onde os donos do Friboi, Bertin irão se abastecer para reposição de engorda nos mercados de cria/recria, principalmente nos estados de São Paulo, MS, GO, cujos estados a pecuária está sendo substituída pela cana de açúcar, em grandes dimensões de terra.
Cabe a nós pressionar os nossos dirigentes políticos (prefeitos, bancadas ruralistas estaduais e federais, entidades de classe como CNA, UDR, MNP, etc), cooperativas agrícolas (p.e Camda, Cocamar, etc) para voltarmos a época dos matadouros municipais devidamente inspecionados, bem com frigoríficos construídos por grupos de sindicatos rurais e cooperativas agrícolas, tal como o exemplo recente em Rondônia, com a construção de frigoríficos de produtores rurais (pecuaristas), financiado pelo BASA.
Vamos todos encampar estas idéias e discutí-las com nossos sindicatos e cooperativas a sua viabilidade econômica e assim Friboi/Bertin, etc passarão a nos respeitar como parceiros de uma cadeia produtiva. Não podemos deixar os frigoríficos nos desidratar.
Quero parabenizar ao Friboi, que vem demonstrando avanços no setor de carnes.
Mas temos que ser realistas com essa situação. Não é uma boa notícia para os pecuaristas, Lembre-se, “o frigorífico tem objetivo de sempre comprar bem” comprar barato. Sinto que está na hora do pecuarista se preparar, organizar e decidir outras alternativas do mercado. Porque os grandes frigoríficos estão trabalhando utilizando estratégias administrativas agressivas enquanto a pecuária brasileira assiste o espetáculo.
Nós pecuaristas estamos de luto, porque este fato é mais um grande passo em direção à verticalização da cadeia produtiva da carne. Temos assistido a uma brutal transferencia de renda dos pecuaristas para meia dúzia de grandes e cartelizados frigoríficos, que manipulam os preços, auferem lucros gigantescos e crescem sem parar, asfixiando o frigorífico regional, que anteriormente era o verdadeiro formador do preço, e hoje só assiste ao jogo, que o cartel faz muito bem.
Estamos fritos, em processo de extinção como empresários, e em direção a sermos fornecedores de “pintos de corte” para o cartel.
Conhecendo alguma coisa do setor, é lógico que os proprietários de frigoríficos não dão ponto sem nó. Vão fazer de tudo para “continuar” mandando no preço da carne. Pois comungo com os que estão temerosos. As opções de venda vão se afunilando e os pecuaristas vão “levar a breca”.
Mas uns perguntam: porque os pecuaristas não se juntas e abrem seus frigoríficos?
Os que já tentaram (se ainda estão vivos) podem nos dizer das dificuldades criadas pelos frigoríficos já estabelecidos. É briga para cachorro grande, muito grande. Por falar nisso, aquela história de sonegação de impostos…