Nem bem concluiu o processo de aquisição do Swift Armour S.A. da Argentina, o Friboi, um dos maiores frigoríficos do país, terá de enfrentar um processo administrativo disciplinar a cargo do Mapa. Paralelamente, a União Democrática Ruralista (UDR) promete entrar com uma ação na Justiça Federal até o fim desta semana que questionará o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a realização da operação de compra.
O processo administrativo prevê a apuração de indícios de irregularidades encontrados durante o processo de sindicância que investigou problemas no tocante ao Selo de Inspeção Federal (SIF) em produtos do Friboi oriundos da unidade de Araputanga (MT). Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Nelmon Oliveira da Costa, o órgão será responsável pela continuidade das investigações. “Recebemos o processo de sindicância que indica alguns indícios de irregularidade. Cabe a nós aprofundar as investigações a fim de encontrar os responsáveis”, avisa. O processo tem prazo de 60 dias para ser finalizado.
O intuito da ação é conseguir uma liminar a fim de impedir o financiamento de US$ 80 milhões que o BNDES aprovou para o frigorífico Friboi adquirir o Swift na Argentina. Segundo o presidente da UDR, Luiz Antônio Nabhan Garcia, a entidade tentará impedir a transação até que esteja convencida de que o negócio trará benefícios para o país como um todo e não só para o grupo. Ainda segundo o executivo, a entidade pretende inclusive acionar o Ministério Público Federal.
A UDR considera ilegal o apoio financeiro que o Friboi receberá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a compra do concorrente argentino.
Luiz Antonio Nabhan Garcia, presidente da UDR Nacional, afirmou que a organização pedirá ao banco a confirmação da operação e que entrará com uma ação popular na Justiça Federal, em Brasília. Segundo a assessoria jurídica da UDR, a ação virá acompanhada de medida cautelar incidental a partir da qual pedirá uma liminar para impedir a liberação de recursos para o Friboi.
“O primeiro passo é bloquear qualquer liberação de recursos. A partir daí, vamos discutir o mérito da questão. A UDR considera ilegal o banco de desenvolvimento do Brasil financiar a compra de uma empresa concorrente na Argentina.
A assessoria de imprensa do Friboi informou que o porta-voz que poderia se pronunciar sobre o assunto estava em viagem.
Fonte: DCI (por Márcio Rodrigues) e O Estado de São Paulo (por Agnaldo Brito), adaptado por Equipe BeefPoint
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O Friboi, por ser uma empresa brasileira, deveria investir aqui dentro do país a fim de gerar empregos e fortalecer ainda mais as exportações de carne.
Com o investimento na Argentina, o que ocorrerá é o crescimento no setor na Argentina, e consequentemente estaremos fortalecendo a economia do país vizinho…