A pequena processadora de carnes dos Estados Unidos, Creekstone Farms Premium Beef, localizada em Kansas, disse na última quarta-feira que poderia testar mais bovinos para encefalopatia espongiforme bovina (EEB) do que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a um custo muito menor.
A Creekstone, que recebeu este mês uma negativa do USDA para seu pedido de testar voluntariamente todos os animais para a EEB, disse que poderia testar 300 mil bovinos ao ano por menos de US$ 6 milhões. O USDA planeja testar mais de 200 mil bovinos a um custo de cerca de US$ 70 milhões.
A companhia construiu um laboratório privado em sua planta em Arkansas City, Kansas, e disse que poderia testar por US$ 18 por cabeça, comparado com os testes do USDA, cujo custo seria de US$ 325 por cabeça.
“O plano da Creekstone Farms custaria menos de US$ 6 milhões usando um kit idêntico de teste, e nossos compradores estão dispostos a pagar pelo custo dos testes”, disse a companhia em uma carta enviada aos oficiais do USDA.
O USDA defendeu os custos de seu programa de testes, dizendo que este teria mais gastos do que o programa da Creekstone. O porta-voz do USDA, Ed Loyd, disse que o programa de US$ 70 milhões do governo não inclui somente os testes, mas também, estocagem, transporte, treinamento e descarte. “Nós estamos falando de dois grupos muitos diferentes de custos”.
A Creekstone pediu ao USDA para reverter sua decisão tomada na semana passada e permitir que a empresa teste independentemente os animais para EEB, um passo que a companhia considera necessário para retomar seu comércio com o Japão.
Entre as opções que a companhia tem para lutar contra esta medida tomada pelo USDA estão um processo federal ou fazer um lobby para o Congresso interceder. O diretor executivo da Creekstone, Bill Fielding, disse que a decisão do governo foi “politicamente motivada” e refletiu a oposição de muitos produtores e frigoríficos aos testes independentes. O USDA, no entanto, negou a existência de qualquer influência externa em sua decisão, dizendo que os testes são para a vigilância da sanidade animal e não para propostas comerciais.
Em sua carta ao USDA, a Creekstone também requereu a aprovação para mandar amostras de tecido cerebral para o Japão fazer o teste de EEB. Acredita-se que tecidos do cérebro, da medula espinhal e outros tecidos do sistema nervoso central possam carregar a doença em animais infectados.
A Creekstone, que exportava cerca de 20% de sua carne bovina ao Japão, disse que está perdendo mais de US$ 200 mil por dia em vendas. Isso é o dobro das estimativas de perdas feitas anteriormente pelos oficiais da companhia.
Fonte: Reuters (por Randy Fabi), adaptado por Equipe BeefPoint