Até o final de julho, carne bovina marabaense vai começar a chegar aos açougues e supermercados do Rio de Janeiro e São Paulo e de cidades do Nordeste como Recife (PE), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) e São Luís (MA). Para esses mercados consumidores irão 60% da produção. Os restantes 40% destinam-se ao Pará – Belém, sobretudo – e aos estabelecimentos especializados de Marabá e demais cidades do entorno.
A meta seguinte, dependente da classificação do sul do estado como zona livre de aftosa, é atingir os exigentes mercados consumidores europeus e asiáticos.
Esse empreendimento no setor de abate e processamento de carne bovina no sudeste paraense será o fruto de um investimento de R$ 11 milhões a R$ 13 milhões (60% financiados pelo Banco da Amazônia) que vem sendo feito desde março do ano passado pelo empresário paulista César Luís Rodrigues de Freitas, 54. O apoio da administração municipal, segundo o secretário Paulo César Lopes, da Indústria e Comércio, deu-se por meio da redução de taxas para licenciamento da obra.
“Quando concluído o projeto, vamos abater mil cabeças/dia”, informa o gerente industrial Ademir Bourduque, no ramo há mais de 20 anos. “E gerar 500 empregos diretos, 40% dos quais para a mão-de-obra feminina a ser recrutada na cidade”, reforça César de Freitas. Outros 500 postos indiretos também serão criados. Cem caminhões boiadeiros e cem carretas de carne integrarão a frota do frigorífico. Bourduque informa que ainda este mês começa a montagem industrial, devendo as construções civis acabar em fevereiro próximo. O empreendimento estará preparado para atender até o exigente mercado europeu já no mês de outubro de 2002.
Ponto forte do projeto são sua concepção arquitetônica e a prioridade à higiene das instalações e de funcionários. Além da alta qualidade da carne a ser produzida, com mercado consumidor definido, a empresa vai aproveitar e beneficiar todos os subprodutos: couro, sebo, ossos e até o sangue. O couro deve ser vendido para o curtume existente na cidade de Redenção; o sebo seguirá para fábricas de sabão e sabonete de Belém e cidades de outros estados, enquanto o restante será aproveitado para fazer farinha de osso e carne e farinha de sangue, usadas largamente na alimentação de suínos e aves.
Finalizado, o frigorífico deve contar com 13 câmaras frias, cinco túneis de congelamento, uma seção de desossa composta de três mesas mecânicas com capacidade de produção de 3.000 peças/dias (750 cabeças). Além disso, contará também com cinco reservatórios para tratamento de água.
Inovação é o hall de visitas – espaço destinado aos visitantes, de onde estes, protegidos por vidraças, poderão acompanhar todos os setores de tratamento dos animais, desde o abatimento até a separação das carnes e dos detritos, sem necessidade de entrar em nenhum destes setores.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Ademir Braz), adaptado por equipe BeefPoint