Frigorífico paralisa atividades em Minas Gerais

O Frigorífico Janaúba, o único do norte de Minas Gerais, surpreendeu os pecuaristas ontem à tarde, quando anunciou a suspensão de suas atividades pelo prazo de 120 dias, por falta de matéria-prima.

A seca que atinge a região, a maior dos últimos 15 anos, fez desaparecer as pastagens e, em conseqüência, deixou os bovinos magros, impossibilitando o atendimento da demanda de 300 a 400 cabeças de gado por dia.

O diretor comercial do frigorífico, Euclides Zucatto, garantiu que, em março, o frigorífico será reaberto. A unidade foi re-inaugurada pelo governador Aécio Neves a 14 de outubro, depois de ficar 12 anos parada.

Zucatto esclareceu que decidiu reabrir o frigorífico em outubro na expectativa de que ocorressem chuvas a partir de novembro, permitindo manter o abate de 250 a 300 bois por dia. “A seca que acontece na região passou dos limites e fez o gado ficar magro, insuficiente para o abate. Precisamos de 300 a 400 cabeças. Em novembro, conseguimos abater 250 a 300 cabeças e vendemos para São Paulo e Rio de Janeiro. Tomamos a decisão de suspender as atividades para não amargar prejuízo muito grande. Os 250 funcionários foram demitidos, em acordo feito com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentos”.

Ele garantiu que, em março, o frigorífico voltará a funcionar, lembrando que foi protocolado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o registro de exportação da carne, visando à comercialização no Mercado Comum Europeu. “Estamos buscando o mercado internacional, até mesmo para garantir uma produção maior. Agora temos uma visão maior do norte de Minas e, assim, sempre em outubro e novembro, daremos férias coletivas aos nossos trabalhadores, pois sabemos que nesta época sempre haverá escassez de bovinos”, argumentou.

A secretária estadual de Desenvolvimento do Jequitinhonha, Mucuri e norte de Minas, deputada Elbe Brandão, afirmou que o assunto foi debatido com os pecuaristas, pois o frigorífico precisa de oito mil bois e, mesmo no auge, o norte do estado produz apenas cinco mil cabeças.

Fonte: Hoje em Dia/MG (por Girleno Alencar), adaptado por Equipe BeefPoint