No mercado do boi, o principal assunto entre produtores, corretores e frigoríficos é que já chegamos ao meio do mês de março e até agora o boi não apareceu. Será que teremos safra esse ano? Teoricamente estamos no período de maior disponibilidade de boi gordo, mas na prática o que se vê são preços cada vez mais altos e pouca oferta de animais terminados, características da entressafra.
No mercado do boi, o principal assunto entre produtores, corretores e frigoríficos é que já chegamos ao meio do mês de março e até agora o boi não apareceu. Será que teremos safra esse ano?
Teoricamente estamos no período de maior disponibilidade de boi gordo, com as pastagens produzindo bem na maioria da regiões pecuárias do país, mas na prática o que se vê são preços cada vez mais altos e pouca oferta de animais terminados, características da entressafra.
Realmente o rebanho diminuiu e esse fator tem sustentado os preços da arroba. O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 76,10/@, nesta quarta-feira, valorização de 0,11%, na semana. O indicador a prazo acumulou alta de R$ 0,14 (0,18%), sendo cotado a R$ 76,95/@. Em relação ao ano passado, o aumento foi de 34,67%, em 12 de março de 2007 a arroba do boi gordo era negociada a R$ 57,14/@.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista em R$ e em US$
De acordo com as cotações levantadas pelo BeefPoint, ocorreram altas em 7 estados. Acompanhe na tabela abaixo as praças onde foram registradas alterações em relação à semana passada.
Tabela 2. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo, variação relativa a 05/03/08
O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 514,52/cabeça, alta de R$ 4,26 (0,83%) na semana. Desde o começo do ano, o preço do bezerro já subiu 6,09%. Com a maior valorização da cotação do bezerro frente os preços da arroba do boi gordo, a relação de troca recuou para 1:2,44.
No Rio Grande do Sul, notamos uma redução considerável do rebanho nos últimos anos. Porém em 2008 já pode ser sentido um forte movimento de recomposição dos rebanhos, principalmente pela grande retenção de matrizes e procura por fêmeas de todas as categorias. O leitor do BeefPoint, José Luiz Martins Costa Kessler, de Pelotas/RS, comenta que no estado a oferta de animais de reposição é restrita o que garante muita liquidez ao mercado. “Na minha região, foram negociadas novilhas, de 15 a 18 meses, com até 220 kg, a R$ 620,00. Muita procura e oferta bastante restrita para bois magros também, que estão sendo negociados a R$ 800,00. Existe liquidez para qualquer raça ou cruzamento”, informa Kessler.
No Mato Grosso Sul esse investimento na cria também está acontecendo, mas em intensidade bem menor. Segundo Murilo Borges, da Leilogrande, de Campo Grande, no estado são poucos pecuaristas que estão entrando na cria, já que o preço pago nas fêmeas (novilhas), pelos frigoríficos ainda está bastante interessante.
Graças à pouca oferta de boi gordo no mercado, a procura por fêmeas para abate tem aumentado e, conseqüentemente, as cotações da arroba da vaca também. Com dificuldade para adquirir machos terminados para o abate, a opção que as indústrias encontram para diminuir a ociosidade é a compra de vacas e novilhas.
Nos frigoríficos de São Paulo, as fêmeas são negociadas a preços, de balcão, que vão de R$ 65,00 a R$ 69,00/@. Andradina, é a praça onde se conseguem os melhores preços nas negociações de fêmeas. Leia mais no artigo “Com pouca oferta de boi, procura por fêmeas cresce“.
Através dos dados preliminares do SIF podemos perceber que realmente os abates tiveram forte redução. Em janeiro o dados mostram um volume 19,86% menor do que no mesmo período de 2007, nos abates em estabelecimentos “sifados”.
Gráfico 2. Abate de bovinos em estabelecimentos com SIF (Serviço de Inspeção Federal), de janeiro de 2005 a janeiro de 2008 (os dados referentes a 2007 e 2008 são preliminares e ainda podem sofrer alterações)
No início de 2008, os frigoríficos brasileiros continuaram fazendo aquisições e expandindo suas áreas de atuação. Na semana passada, o Friboi adquiriu três novas empresas, duas nos EUA e uma na Austrália, dando continuidade a sua estratégia de internacionalização. O Marfrig também foi às compras, entrando no setor de abate de aves após a compra da empresa DaGranja e do frigorífico Pena Branca e anunciando a aquisição da CDB Meats Limited, empresa britânica que atua no ramo de importação e distribuição de produtos alimentícios.
Essa semana o Brasil recebeu a visita de uma missão indonésia, que manifestou interesse em comprar carne brasileira. “Precisamos muito da carne bovina do Brasil. A Indonésia tem uma política de mercado aberta, mas desde que o exportador esteja de acordo com as questões sanitárias”, salientou o ministro da Agricultura do país, Anton Apriyantono.
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Boa Tarde,
É muito gratificante receber informativos sobre o ramo em que trabalhamos.
Precisamos a cada dia nos atualizar mais e agora com tais informações tenho certeza que ficaremos sempre informados das vantagens e desvantagens que acompanham nosso trabalho.
Sem mais para o momento.
Excelente informação, parabéns!!
Abraços,
Na minha região a oferta de animais tanto prontos como de outras categorias é pequena.
Os pecuaristas reduziram os rebanhos, tivemos que vender fêmeas para manter o negócio.
Os frigoríficos deram tiro no pé, na ansia de ganhar mais, judiaram do produtor. Agora estão sem matéria prima.
Será que agora aprendem que o negócio tem que ser bom para os dois?
Parabéns André
A leitura de artigos assim como o seu, faz com que os criadores pensem e reflitam na hora de vender suas fêmeas. Fica a intrigante questão: vender um pouco melhor, no momento, para reprodução ou receber um pouco menos e vender para o abate.
Vejamos, o que parece ser bom agora reverte logo a seguir com o aumento da oferta e, consequentemente preços mais baixos para toda a cadeia.
Contentando-se com um pouco menos hoje, garante-se um preço mais significativo por um período muito mais longo.
Vou continuar abatendo as fêmeas e mantendo o meu rebanho.
Obrigado pela informação prestada em sua análise.
Fraterno abraço,
Sr. André Camargo,
É sempre muito bom abrir o BeefPoint e “futricar” os vários itens desta grande ferramenta do pecuarista, onde sempre encontro subsidios importantes para uma formação de opinião com relação ao nosso mercado de gado de corte, reposição,etc.
Parabéns pela seriedade do vosso trabalho.
Veo permanentes referencias a la escasez de ganado en esta zafra en Brasil. Sugiero incluir en estos análsis, la informacion de la evolución de la faena (abates) que permitirían una mayor precisión en el concepto “escasez de ganado”.
Gracias y felitaciones.
Muito bom artigo!
Parabéns!
Frigoríicos continuam dando tiro no pé, estão pagando bem pela arroba de fêmeas, e o abate delas continua alto, consequentemente continuará a faltar boi nos próximos anos.
Parabéns pelo exelente raio X, do mercado atual, acredito que agora o pecuarista vai deixar de confiar na informação do amigo comprador do frigorifico e ficar antenado no excelente informativo como BeefPoint.
Um abraço a todos.
Belo artigo, trabalho no SIF e pode-se perceber realmente a dificuldade que está para adquirir matéria-prima para abate, chegou a vez dos pecuaristas, será?