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Frigoríficos argentinos pedem incentivo aos produtores

A produção de carne na Argentina caminha para uma perigosa emboscada que somente poderá ser evitada se os pecuaristas receberem um "estímulo" suficiente através dos preços. No entanto, foram os frigoríficos que lançaram esta advertência junto com uma série de sugestões para o Governo argentino. Os abatedores basicamente pediram que se "libere" o mercado de gado e que se garanta a estabilidade dos preços internos do alimento com subsídios concedidos diretamente a essa indústria.

A produção de carne na Argentina caminha para uma perigosa emboscada que somente poderá ser evitada se os pecuaristas receberem um “estímulo” suficiente através dos preços. No entanto, foram os frigoríficos que lançaram esta advertência junto com uma série de sugestões para o Governo argentino. Os abatedores basicamente pediram que se “libere” o mercado de gado e que se garanta a estabilidade dos preços internos do alimento com subsídios concedidos diretamente a essa indústria.

“Praticamente estão subsidiando todos os produtos da cesta básica, menos a carne, um dos produtos que mais tem peso no custo de vida. Por isso, é imprescindível criar um sistema de compensações similar ao vigente para o trigo”, disse o presidente da Câmara da Indústria e Comércio de Carnes da República Argentina (Ciccra), Miguel Schiaritti. O dirigente apresentou – juntamente com o presidente da Câmara Argentina da Indústria Frigorífica (Cadif), Américo Bermejo, e com o presidente da Federação de Indústrias Frigoríficas Regionais da República Argentina (FIFFRA), Jorge Torelli – um trabalho encomendado pelas três câmaras de frigoríficos ao ex vice-ministro da Economia, Jorge Todesca. A idéia foi avaliar os desafios e perspectivas do setor na próxima década.

A conclusão deste trabalho não difere muito de outras análises: conclui que a Argentina precisa aumentar fortemente sua produção de carne (se fala em aumentar das 3 milhões de toneladas atuais para 4 milhões em 2017) se quiser manter seu consumo interno nos níveis atuais (em torno de 70 quilos por habitante por ano) e recuperar paulatinamente sua participação no mercado internacional. Porém, o trabalho também adverte que, nas condições atuais – com os pecuaristas insatisfeitos com os controles de preços e tentados a mudar sua produção para a soja – dificilmente o país pode dar um salto produtivo deste tipo.

Baseado nisso, os frigoríficos pediram ao Governo que pare de controlar os preços recebidos pelos pecuaristas. “Precisa estimular o produtor com preços livres. Assim, eles deixarão de liquidar fêmeas, começarão a reter animais e aumentarão a produção”, disse Schiaritti, que definiu esta conjuntura como “uma crise de crescimento”.

Os frigoríficos disseram que se o Governo quer conter os preços internos da carne bovina deverá começar a aplicar “compensações” às empresas do setor, com um sistema similar ao que aplica ao trigo e outros setores alimentícios. Atualmente, no setor de carne bovina da Argentina, somente recebem ajuda os engordadores de gado, que cobrem 20% da oferta. A reportagem é do Clarín.

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