Até 2006, os frigoríficos brasileiros de carne bovina não conseguiam fazer seu produto chegar em mercados que não compram a carne do país por exigências sanitárias. Decidiram investir no Uruguai. Em 2013, os embarques uruguaios de carne bovina renderam US$ 1,7 bilhão, enquanto os brasileiros atingiram US$ 6,7 bilhões.
Hoje, três grupos brasileiros – Marfrig, Minerva e JBS – são responsáveis por 44,6% dos abates bovinos e 45,9% das exportações de carnes no país vizinho.
Com quatro frigoríficos no Uruguai, a Marfrig se transformou na maior empresa privada do país.
As preocupações voltam-se hoje para a falta de acordos comerciais com países fora do Mercosul. O Uruguai exporta mais de 70% das 550 mil toneladas de carne bovina que produz anualmente. Nos dois últimos anos, a participação do mercado chinês nas exportações de carne bovina uruguaia aumentou de 6% para 20%.
O Uruguai gasta anualmente US$ 223 milhões em tarifas alfandegárias em exportações de carne.
Mesmo assim, os grupos brasileiros aproveitam a boa fase da alta dos preços da carne bovina. O Uruguai também se beneficia do aumento do consumo de proteína animal em outros países emergentes.Isso aparece também no mercado interno. A crise econômica argentina também tem influência no sucesso uruguaio.
Segundo relatório referente ao balanço da Marfrig no terceiro trimestre, o avanço de 9% nas operações do Uruguai e Chile “mais do que compensou” a desaceleração na Argentina, de 17% se comparado com o mesmo período de 2013.
Na Minerva, no terceiro trimestre deste ano, o faturamento com a exportação de carne bovina do país aumentou 22% na comparação com o mesmo período de 2013, com destaque para as vendas para os Estados Unidos, cuja receita cresceu mais de 50%. No mesmo período, as exportações da Minerva a partir do Brasil registraram alta de 7,5%.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.