O indicador Esalq/BM&F boi gordo foi cotado a R$ 64,93/@, na quarta-feira, registrando aumento de 0,59% na semana. A força de alta nessa semana foi menor do que na semana passada quando o indicador se valorizou 1,96%. As ofertas ainda estão controladas e os preços firmes, apesar da grande pressão dos frigoríficos que tentam reduzir os preços pagos ao produtor, reclamando de reduções nos preços da carne bovina, que não tem acompanhado os preços altos da arroba.
Esta foi uma semana bastante agitada no mercado do boi gordo. No início da semana correu um boato sobre um foco aftosa na divisa de Mato Grosso com a Bolívia, que logo foi desmentido pelo Indea (Instituto de Defesa Agropecuária do Estado do MT). O mercado futuro teve forte queda em todos vencimentos causando incerteza ao setor, mas de maneira geral a oferta de gordo ainda é pequena e os preços no mercado físico se mantém.
O indicador Esalq/BM&F boi gordo foi cotado a R$ 64,93/@, na quarta-feira, registrando aumento de 0,59% na semana. A força de alta nessa semana foi menor do que na semana passada quando o indicador se valorizou 1,96%. Nesta quarta-feira, 15/08, o dólar foi cotado a R$ 2,00 (+6,24%), com isso o indicador em dólares recuou, valendo US$ 32,41/@. A valorização do dólar tem melhorado a situação dos frigoríficos exportadores (veja gráfico 1 abaixo). A relação de troca se mantém em 1:2,37, com o indicador Esalq/BM&F bezerro MS sendo cotado a R$ 451,92/cabeça, alta de R$ 2,76 (0,61%).
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F em R$ e US$, desde 17/04/2007
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x contratos futuros para outubro/07
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 15/08/07
As ofertas ainda estão controladas e os preços firmes, apesar da grande pressão dos frigoríficos que tentam reduzir os preços pagos ao produtor, reclamando de reduções nos preços da carne bovina, que não tem acompanhado os preços altos da arroba. No mercado existe dúvida, incerteza e especulação sobre o preço da arroba para os próximo dias, principalmente com início do abate de lotes de confinamentos, que pode alongar escalas e dar mais fôlego aos frigoríficos, nas negociações.
Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 08/08/2007
O mercado da vaca segue agitado com muitas alterações e poucas ofertas de fêmeas, que estão bastante valorizadas em todas as regiões do país, como foi abordado no artigo, Vaca Gorda: alta de 2,65% em Andradina (R$ 58/@).
No mercado de reposição os preços voltam a subir em muitas praças brasileiras. Mesmo com a seca que atinge as principais regiões pecuárias, muitos pecuaristas estão procurando por gado magro para repor os animais abatidos e completar a lotação de suas invernadas. Essa grande procura somada a pouca oferta vem aquecendo o mercado de todas as categorias de reposição.
Estêvão Domingos de Oliveira, de Caçu/ GO, informa, “vendi um lote de 76 bezerros Nelore de 12 a 13 meses de boa conformação a R$ 520,00 cada. O comprador pagou à vista. Acredito fielmente que quem tem bezerro e não está apertado em pastos ou dinheiro, deve segurar o bezerro e pedir muito caro pela mercadoria, pois não existe reposição no mercado”. Acompanhe o movimento do mercado de reposição em: Reposição: escassez de gado magro e preços altos.
No atacado da carne bovina os três cortes primários tiveram recuo durante a semana. O traseiro está cotado a R$ 4,80 (-4%), o dianteiro a R$ 2,80 (-6,67%) e a ponta de agulha a R$ 2,70 (-3,57%). O equivalente físico ficou em R$ 56,21/@ (-R$ 2,81). Dessa maneira o spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico está em R$ 8,73/@, maior valor desde 25/05/2007. Vale lembrar que quanto maior o spread menor é a margem bruta das indústrias frigoríficas.
Tabela 3. Cotações no atacado de carne bovina
No início dessa semana era aguardado para terça-feira o resultado dos exames sorológicos no rebanho sul-matogrossense, mas os resultados só serão divulgados daqui a 15 dias, conforme informou do superintendente federal da Agricultura no Estado (SFA/MS), Orlando Baez.
É com o resultado dessa sorologia em mãos que Mato Grosso do Sul poderá readquirir, junto ao MAPA, o reconhecimento de status de área livre da aftosa com vacinação. “Só depois disso, o Ministério pedirá à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) que mande uma comissão ao Estado para fazer uma avaliação desses resultados”, explicou Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, secretária de Desenvolvimento Agrário, da produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur).
A pressão dos frigoríficos para queda nos preços é grande. Férias coletivas em algumas plantas, chegada de animais de confinamento e a alegação de que o número de contratos a termo é grande são argumentos e tentativas de redução do preço do boi. Movimento como esse era aguardado para início de outubro, mas esse ano, com a valorização do boi gordo, os frigoríficos tentam retomar rentabilidade.
A grande diferença de preço entre o boi gordo e carne bovina no atacado e a baixa relação de troca entre a carne exportada e a arroba em dólares também são fatores que devem pressionar negativamente os preços. Por outro lado, os altos preços da reposição e a ainda baixa oferta de animais para abate pode contra-balancear essa queda de braço. O momento é de cautela e cuidado, para que o nervosismo do mercado não se sobreponha aos fatos.
André Camargo, Equipe BeefPoint
Como está o mercado de reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados?
Por favor utilize o box de “cartas do leitor”, abaixo. |
0 Comments
O mercado de reposição está baixo, está saindo matrizes, o bezerro está ficando escasso.
Aqui no Tocantins o mercado de reposição também está baixo, porque continuam morrendo matrizes(abate).