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Frigoríficos de Nova Zelândia, Canadá e Reino Unido suspendem exportações à China

A Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) informou hoje que Nova Zelândia, Canadá e Reino Unido suspenderam voluntariamente as exportações de três frigoríficos — cada país suspendeu as vendas de uma unidade. 

Atendendo a um pedido das autoridades chinesas, diversos países vêm suspendendo nos últimos meses as exportações de carnes de abatedouros com surtos de covid-19 entre funcionários. 

Embora não existam evidências científicas de que o consumo de alimentos possa transmitir a doença, a detecção de traços do vírus em embalagens de carnes e peixes importados aumentou o alerta em Pequim e suscitou o pedido para que os países exportadores “auto-embarguem” os frigoríficos com surtos. 

Na semana passada, traços do vírus foram detectados pelas autoridades de Shenzen, na China em um lote de asas de frango exportadas pela cooperativa brasileira Aurora Alimentos, conforme informou o Valor. Shenzen está situada na Província de Guangdong, cuja capital, Gahngzhou hoje suspendeu todas as importações de carnes e frutos do mar congelados de países com elevada incidência de coronavírus. 

Na contramão dos demais países, o Brasil resiste a suspender voluntariamente as exportações de frigoríficos com surtos da doença, o que aumenta o risco de restrições adotadas diretamente pelos chineses. O Ministério da Agricultura vem alegando que não há razões científicas para a suspensão. 

Mas o problema é que, com uma decisão tomada diretamente pela GACC, a retomada das exportações da unidade embargada nessa situação demora mais. 

Atualmente, seis abatedouros brasileiros (dois de suínos, dois de bovinos e dois de frango) estão com a licença para exportar à China suspensa. A unidade da Aurora em Xaxim (SC), de onde partiu o lote de asas de frango com traços de covid identificado em Shenzen, não faz parte dessa lista e, oficialmente, ainda pode exportar. 

Um exemplo de que as suspensões voluntárias permitem a retomada mais rápida dos embarques ocorreu nesta segunda-feira. A GACC comunicou a liberação dos embarques de carne suína da empresa alemã Tonnies. A unidade, que teve um surto de casos do novo coronavírus entre funcionários, estava suspensa desde meados de junho, por decisão voluntária da Alemanha. 

Fonte: Valor Econômico.

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