Coréia oferece carne bovina australiana com rastreabilidade
7 de junho de 2004
Exportações de carne bovina aumentam 95% em maio
9 de junho de 2004

Frigoríficos do MS não valorizam gado rastreado

Uma estratégia que estaria sendo usada pelo setor frigorífico seria responsável pela depreciação do valor da arroba bovina no Mato Grosso do Sul, segundo denúncia do diretor-secretário da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar Silva Júnior.

Segundo ele, as indústrias, se aproveitando da exigência de rastreabilidade, estão nivelando o valor da arroba por baixo, ao invés de conceder bônus aos que estão com animais incluídos no Sisbov. “É uma estratégia perniciosa. Pela arroba do boi gordo não rastreado estão pagando de R$ 56 a R$ 57 e para o rastreado de R$ 60 a R$ 61, quando o mercado deveria estar na faixa de R$ 61”, reclama Silva.

Segundo ele só 10% do rebanho estadual são rastreados e a manobra dos frigoríficos estaria prejudicando a maioria dos criadores. Especialmente os dos 14 municípios peri-pantaneiros, impedidos de exportar, onde nem animais rastreados conseguem atingir a cotação de R$ 60.

Silva afirma que a classe política deveria intervir para sensibilizar o Ministério de Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa) para a questão e defende intervenção do governo para evitar o lucro abusivo nessa relação, em detrimento do setor produtivo, que arca com a maior parte dos custos, passando o maior tempo com o animal até que seja finalizado.

Retenção

Os criadores de bovinos do MS terão mais possibilidade de reter o gado no pasto durante o inverno deste ano por conta das chuvas fora de época, que ocorreram principalmente em maio e devem revigorar as pastagens.

Com isso, explica o diretor-secretário, mesmo que o valor da arroba não tenha aumentos expressivos o produtor poderá ter uma relação de custo e benefício vantajosa, economizando na suplementação.

“Muitos dos que fazem semi-confinamento e confinamento ainda estão mantendo os animais a pasto”, afirma. A ligeira reação de preços é prevista para ocorrer nos próximos dois meses e depois disso a oferta deve aumentar por produtores que terão de saldar compromissos. No pico da entressafra, entre outubro e novembro, a perspectiva é que a arroba tenha outra reação.

Fonte: Campo Grande News (Fernanda Mathias), adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.