Com capacidade de abate de 1,3 mil bois por dia, as duas unidades frigoríficas do Tocantins, o Safrigu, de Gurupi e o Frinorte, de Araguaína, vão aproveitar a missão do governo do estado para apresentar a carne tocantinense a compradores do Irã. O presidente do Sindicato da Indústria Frigorífica do Tocantins (Sindicarnes), Renato Mauro Menezes Costa, diz que o estado reúne condições para fechar negócios imediatos: o boi é criado a pasto o ano inteiro e, como só se alimenta de gramíneas, não oferece risco de contaminação pelo mal da “vaca louca”. Os dois frigoríficos estão habilitados para atender o mercado internacional porque possuem salas de desossa.
Pelo menos um representante da indústria frigorífica irá integrar a comitiva do governo estadual na visita a Teerã, entre 19 e 23 de julho. Costa afirma que está sendo preparado um material de divulgação que retrata o perfil da agropecuária no estado, contendo informações sobre forma de criação, melhoramento genético e a estrutura dos frigoríficos.
A indústria frigorífica do Tocantins ainda não conseguiu fechar negócios com a Europa porque falta a inspeção nos frigoríficos por parte de técnicos da Comunidade Econômica Européia. As vendas para o Irã, no entanto, podem ser feitas imediatamente, pois o país reconhece o certificado da Organização Internacional de Epizootias (OIE) de estado livre da febre aftosa com vacinação como suficiente para adquirir a carne bovina.
Ajuda do clima
As condições climáticas, sobretudo na região Norte, onde estão os principais criadores de gado, favorecem os negócios com carne, explica Costa. Como o estado é cortado por dois rios, o Araguaia e o Tocantins, o índice de umidade na região é mais alto, o que possibilita que o pasto permaneça verde por mais tempo. Com isso, o custo de produção é menor, já que o período da suplementação alimentar é inferior. A mão-de-obra e o custo da terra também fazem diferença. Tanto é que a arroba do boi está cotada a R$ 36, R$ 37 no Tocantins, enquanto que o preço em São Paulo oscila entre R$ 42 a R$ 43.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Ivonete P. Motta), adaptado por Equipe BeefPoint