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Frigoríficos e curtumes criticam embarques de boi em pé

Representantes de frigoríficos, agora com a adesão da indústria de couro, reforçaram o alerta a uma das estatísticas que mais os preocupam. Na primeira metade do ano, foram exportados 181,3 mil bovinos vivos, aumento de 37,3% em relação ao mesmo período de 2007. O motivo de apreensão é a tendência de repetir o que ocorreu no ano passado, quando o segundo semestre concentrou praticamente 70% dos embarques do boi em pé do país.

Representantes de frigoríficos, agora com a adesão da indústria de couro, reforçaram o alerta a uma das estatísticas que mais os preocupam. Na primeira metade do ano, foram exportados 181,3 mil bovinos vivos, aumento de 37,3% em relação ao mesmo período de 2007. A receita quase triplicou. Cresceu 176,9%, para US$ 144,6 milhões.

O motivo de apreensão é a tendência de repetir o que ocorreu no ano passado, quando o segundo semestre concentrou praticamente 70% dos embarques do boi em pé do país. Se os percentuais ocorrerem de novo, o país pode exportar de julho a dezembro pouco mais de 420 mil cabeças, praticamente o volume embarcado pelas empresas brasileiras em todo o ano passado.

Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo (Associação Brasileira da Indústria Frigorífica), diz que “as empresas estão irrequietas”. Segundo ele, existe “frustração e desapontamento” pela opção em exportar matéria-prima, “uma catástrofe do ponto de vista econômico”.

Luiz Bittencourt, presidente-executivo do CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil), diz que a preocupação vem da “velocidade com que cresce essa forma de exportar”. Para Bittencourt, há riscos ao emprego e se geram menos divisas com a venda de gado em pé, em vez de produtos com algum valor agregado.

Segundo Antenor Nogueira, presidente do Fórum da Pecuária de Corte da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), para os produtores, a exportação de boi em pé é uma opção sobretudo para Estados que dispõem de portos. “Gostaria muito que Goiás [Estado em que Nogueira se dedica à pecuária] tivesse mar.” Nogueira diz repetir o que ouviu certa vez de representantes da indústria: “Preço é uma questão de mercado.” Se as empresas daqui pagarem o mesmo que os importadores, vão conseguir mais animais, afirma.

No primeiro semestre, dos embarques brasileiros de boi em pé, 70% seguiram para a Venezuela e 30% para o Líbano.

Os importadores pagam melhor que as empresas brasileiras. Os negócios costumam ser fechados com prêmios de R$ 1 a R$ 2 por arroba. Além disso, levam em conta um rendimento de carcaça de 52%, o que muitas vezes o pecuarista não consegue com o frigorífico.

Salazar, da Abrafrigo, diz que “a competição é desigual”. Por isso, a entidade encaminhou à Receita Federal proposta de adoção de sobretaxa para esse tipo de embarque.

As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

0 Comments

  1. Estêvão Domingos de Oliveira disse:

    Paguem mais pelo produto. Aliás, Srs Proprietários de curtume, aguem pelo couro.

  2. NILSON JESPERSEN DE O. FRANCO disse:

    Senhores, bom dia!

    Entendo o lado dos frigoríficos e curtumes. Até mesmo porque devemos prestigiar a nossa indústria nacional.

    No entanto, o fato é que os estrangeiros atendem melhor os pecuaristas principalmente em termos de preço que os empresários brasileiros.

    Como produtor rural, conheço uma grande empresa de curtume no país e ao conversar com o dono, fui informado que não há acerto entre os frigoríficos e curtumes no que diz respeito ao couro do boi.

    Ou seja, o curtume paga mais pelo couro considerado de primeira; mas o produtor não ganha um centavo por este couro.

    Então eu pergunto, não é mais fácil marcar 1 ou até 2 vezes no lombo do garrote do que na perna ou na cara que é o lugar ideal para se preservar o couro?

    Outro aspecto, porque somente alguns frigoríficos aceitam pagar pelo boi pesado na fazenda e outros não?