Exportações caem em relação a outubro, mas mantêm alta frente a novembro de 2002
2 de dezembro de 2003
Efeitos do aumento das proporções de concentrado na dieta e digestão de fibra
4 de dezembro de 2003

Frigoríficos exportadores pressionam preço da arroba

Dirigentes de frigoríficos exportadores reuniram-se, recentemente, em São Paulo, e decidiram aumentar a oferta interna de alguns cortes de carne bovina com o objetivo de derrubar ou pelo menos segurar os preços do boi gordo. A denúncia foi feita ontem pelo coordenador do Fórum Nacional da Pecuária de Corte, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira. Ele prometeu levar o caso ao conhecimento do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, com pedido de providências.

De acordo com o dirigente do Fórum, na segunda-feira (24), os frigoríficos iniciaram uma operação para lançar 200 toneladas de contrafilé R$ 1 abaixo do preço de mercado, o que, de imediato, derrubou de R$ 4,70 para R$ 4,20 os preços do corte no atacado nos principais centros consumidores do País, como Rio de Janeiro e São Paulo. “Temos informação de que outras 200 toneladas de coxão mole serão colocadas no mercado nos próximos dias, o que demonstra que não se trata de um fato isolado, mas de uma estratégia de manipulação de preços”, reclamou Nogueira.

Para Nogueira, a atitude é profundamente desagregadora com relação à cadeia produtiva, constituindo-se em uma deslealdade não só para com os pecuaristas brasileiros, mas também com os frigoríficos que atuam no mercado interno. “Perante a opinião pública, essas indústrias adotam um discurso em favor do diálogo, mas, na calada da noite, se esquecem de todas as nossas reuniões e negociações e adotam medidas que contrariam frontalmente os princípios de solidariedade, equilíbrio e integração que regem o espírito de cadeia produtiva”.

O coordenador disse ainda que a manobra dos frigoríficos exportadores visa a segurar os preços do boi neste mês, quando historicamente há aumento de consumo devido às festas de final de ano, mas o estoque de boi de pasto ainda não chegou ao mercado e a oferta de animais para abate está enxuta. Nogueira espera uma firme reação da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), recentemente criada para congregar os frigoríficos que operam no mercado interno. “A manipulação de preços fere gravemente os interesses desse segmento da indústria que, portanto, se torna o nosso aliado natural”, afirmou.

Para os pecuaristas, a orientação é que reduzam a oferta de animais. Segundo ele, essa é a única e mais eficaz arma do produtor, que não pode mais aceitar com passividade que só a indústria dê as cartas na cadeia produtiva da carne, sempre segundo seus interesses exclusivos. “O ideal é que o pecuarista comercialize o estritamente necessário para cobrir seus compromissos de curto prazo, até porque aumentar a oferta agora seria justamente cair na armadilha dos frigoríficos”.

Fonte: O Popular/GO (por Edimilson de Souza Lima), adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.