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Frigoríficos gaúchos ameaçam parar abate

Diante das informações da entrada, no Rio Grande do Sul, de 600 toneladas de carne bovina do centro do País, o que significa três mil bois a menos abatidos no Estado por semana, o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs) alerta às autoridades que a indústria pode deixar de abater temporariamente e, conseqüentemente, provocar demissões.

Os frigoríficos não estão comprando matéria-prima porque o mercado interno já está abastecido. “Nós não temos como abater porque não temos pra quem vender”, disparou o diretor executivo do sindicato, Zilmar Moussalle. Segundo o presidente do Sicadergs, Mauro Lopez, a concorrência se acentuou nas últimas duas semanas.

Moussalle informou que o Centro-Oeste fornece o produto para o RS, “principalmente costela, dianteiro e traseiro, que não são exportados, diretamente a açougues e supermercados”. Entretanto, como a carne pode entrar no RS com valor menor se a arroba do boi no centro do País está mais elevada agora devido ao período da entressafra?

Conforme dados divulgados pela entidade, o quilo da carne do Centro-Oeste custa R$ 2,80, enquanto o produto gaúcho é vendido por R$ 3,20. O presidente do Sicadergs disse ainda estranhar a situação, pois o governo tem tomado providências para equilibrar a carga tributária com outros estados.

Os benefícios fiscais também preocupam os pecuaristas. O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Fernando Adauto Loureiro de Souza, sugere apoio oficial do governo para que os benefícios atinjam somente os produtores com rebanho rastreado. “O pecuarista abriria mão de uma parcela da arrecadação em função da modernização do setor e visando a exportar”. Está será uma das sugestões a serem apresentadas pela cadeia produtiva ao governo no dia 8.

Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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