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Frigoríficos gaúchos podem retomar exportação de carne bovina ao Chile

A perspectiva de retomada das exportações de carne bovina para o Chile provocou um sentimento de alívio nos cinco frigoríficos do Rio Grande do Sul habilitados a negociar com o país andino, o maior comprador do produto gaúcho. Os embarques foram suspensos em maio do ano passado devido ao retorno da febre aftosa ao Estado. O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Zilmar Moussalle, afirma que as unidades gaúchas têm condições de colocar no mercado chileno até 1,2 mil toneladas in natura por mês, volume avaliado em cerca de US$ 2,4 milhões. O montante representa aproximadamente 40% do total as exportações de carne bovina do Estado.

Ainda segundo o dirigente, o prejuízo do Rio Grande do Sul, nos últimos 12 meses, com a suspensão das exportações, de foi US$ 20 milhões. O cálculo é baseado nos últimos volumes embarcados mensalmente, cerca de 800 toneladas. Estava prevista a chegada domingo de uma missão técnica chilena ao Rio Grande do Sul para avaliar as condições dos serviços sanitários do Estado e de Santa Catarina, que será visitada na próxima semana. A visita também poderá definir o início das exportações de carne suína gaúcha e catarinense para o Chile, o que representaria um novo mercado para o setor. Moussale acredita que as vendas para o mercado chileno serão liberadas na primeira quinzena de junho.

No Rio Grande do Sul, a missão vai visitar o Frigorífico Extremo Sul S.A. (bovinos), em Capão do Leão, na Zona Sul do Estado, e uma unidade da Doux Frangosul S.A. (suínos), em Ana Rech, na região da Serra. O diretor comercial do Extremo Sul, Carlos Eduardo Santos, lembra que o Chile absorvia cerca de 50% das exportações do frigorífico antes da volta da aftosa ao Estado.

Com a retomada dos negócios, o país sul-americano deve reassumir a liderança em termos de volume comercializado. “Fomos o primeiro frigorífico brasileiro a vender para o Chile, em 1996”. Em 1999, a exportação foi de 2.318 toneladas e, no ano seguinte, 1.482 toneladas. Em 2001 foram apenas 230 toneladas. No último mês de abril de 2001, os embarques do Extremo Sul somaram apenas 120 toneladas, avaliadas em US$ 250 mil.

Outra vantagem assinalada por Santos é o tipo de carne que o Chile compra, cortes menos nobres do que o procurado pela União Européia. “É um alívio porque poderemos produzir mais e girar mais. São dois mercados que se completam. Poderemos até aumentar um pouco os abates”, diz. Alguns contatos já se iniciaram antes mesmo do resultado da missão. Diretores do Frigorífico Mercosul Ltda, de Bagé, já foram para o Chile em uma viagem de negócios. As demais indústrias gaúchas habilitadas a exportar para este mercado são a Comercial Agropecuária Ouro Branco Ltda, de Tupanciretã, Frigorífico Silva S.A., de Santa Maria, e o General Meat Food Exportação e Importação Ltda, de Santana do Livramento. Segundo dados do Sicadergs, os chilenos importam anualmente cerca de 93 mil toneladas de carne bovina.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Caio Cigana), adaptado por Equipe BeefPoint

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