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Frigoríficos mudam estratégia para enfrentar a crise

Em tempos de exportações em queda, os grandes frigoríficos brasileiros agora disputam fatias valiosas no mercado interno. O grupo JBS-Friboi iniciou na última semana uma reestruturação que incluiu a demissão de alguns executivos em sua matriz, em São Paulo, e a transferência de outros para as unidades da companhia em outros estados. Segundo fontes da empresa, o JBS quer fortalecer a atuação dos centros de distribuição de varejo para aumentar suas vendas no mercado interno e recolocar carne não-exportada.

Em tempos de exportações em queda, os grandes frigoríficos brasileiros agora disputam fatias valiosas no mercado interno. O grupo JBS-Friboi iniciou na última semana uma reestruturação que incluiu a demissão de alguns executivos em sua matriz, em São Paulo, e a transferência de outros para as unidades da companhia em outros estados. Segundo fontes da empresa, o JBS quer fortalecer a atuação dos centros de distribuição de varejo para aumentar suas vendas no mercado interno e recolocar carne não-exportada.

A mudança no JBS-Friboi envolve além da demissão de executivos, promoção de funcionários e transferência de outros da matriz em São Paulo para unidades de abate e processamento em todo o País. Segundo informação extraoficial de um executivo da empresa, a ideia é modernizar o modelo de gestão e ampliar a competitividade do grupo no período de crise.

O número total de demissões ainda não está definido, já que os ajustes não foram concluídos, mas estima-se que cheguem a 40 pessoas. De acordo com a fonte, no processo de mudança o objetivo é transferir as pessoas para que as unidades tenham maior compromisso na busca dos resultados.

As razões que levaram a essa decisão vão desde sobreposição de funções, necessidade de otimizar negócios até a descentralização de operações. A assessoria do JBS apenas garantiu que as dispensas de executivos não têm relação com corte de custos, como ocorreu recentemente com a Sadia S.A., que demitiu 350 pessoas para economizar R$ 44 milhões.

O frigorífico Minerva, que viu suas exportações recuarem, também está com estratégia agressiva para abocanhar o mercado interno. Em outubro, a empresa inaugurou dois centros de distribuição (CD) – em Santa Catarina e no Espírito Santo – projetos já previstos pela companhia. Mas a persistente retração internacional fez com que a empresa – que agora possui cinco CDs – planejasse implantar outros centros para fortalecer atuação no mercado interno. “Não podemos informar quantos centros e em que locais pois trata-se de informação estratégica. Mas está prevista, sim, a inauguração de outros centros”, afirma Ronald Aitken, superintendente de Relações com Investidores do Minerva.

Aitken explica que, de fato, a empresa tem estratégia para aproveitar o crescimento da renda no mercado doméstico, no entanto, nos últimos meses essa participação aumentou em velocidade acima do que se imaginava, justamente pela retração internacional. “O encerramento das operações de alguns players de médio porte deixaram espaços que estamos buscando preencher”, diz Aitken.

Ele informa que há dois anos o mercado interno representava 20% das vendas da companhia. No quatro trimestre de 2008 esse percentual fechou próximo de 37%. “Neste primeiro trimestre do ano, essa participação deve ainda aumentar, talvez para patamares de 40%”, acrescenta Aitken.

As informações são da Gazeta Mercantil e da Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Carlos Alberto Ribeiro Campos Gradim disse:

    A queda de preços no mercado interno parece inevitável em 2009. É de se torcer para que o redirecionamento da carne não exportada seja feito com realismo e critério, evitando deprimir ainda mais os resultados e, no caso de frigoríficos de capital aberto como o Minerva e o JBS, a penalização adicional de seus já ressabiados acionistas minoritários.

  2. Darci Júnior disse:

    Na verdade me assusta porque nosso “primo rico” “JBS” quando vende para mercado interno produtos que nao sao sobras das exportações, ele costuma vender bem abaixo do preço de custo dos produtos, queimando assim a praça de comercio de nós pequenos frigorificos. Cheguei a perder venda de produto para “JBNS” (rsr), meu produto estava sendo negociado a R$ 2,50 CIF, nordeste. Perdemos a venda porque eles ofertaram o mesmo produto por R$ 1,00 CIF. O cliente me ligou cancelando o pedido. Tem base?

    Continuamos sem explicação, o presidente do “JBNDS” ainda quer ser governador de Goiás, isso me assusta. Fica ai para nossos companheiros analisarem. Qual será o segredo ” J B N D S” ?

    Forte abraço a todos.

  3. João Avelino Filho disse:

    Toda essa movimentação, em torno do mercado interno, é circunstancial e reflete apenas a crise internacional.

    Quando tudo se normalizar – e vai – e as exportações voltarem aos patamares de antes, como sempre, a debandada volta a acontecer e os grandes frigoríficos esquecem os compromissos assumidos com os canais internos e voltam a priorizar e privilegiar o mercado externo.

    As grandes redes – tanto de varejo supermercadista quanto de atacado de auto-serviço sofrem essa concentração e vulnerabilidade. Talvez por isso o GRUPO PÃO DE AÇÚCAR, sábiamente, está saindo desse mercado de commodities e lançou, recentemente, a “Carne de Novilho Taeq”. Se essa tendência se confirmar – e vai – o grande varejo vai poder se disvincular de grupos que só se lembram do mercado interno nos tempos de vacas magras lá fora.

  4. Jaime Assis Catafesta disse:

    É meus amigos essa crise dos frigorificos não so derruba os preços como puxa para baixo tudo, a começar com os produtores com os pequenos que são obrigados a vender os seus produtos ou melhor seus bois para pagar dividas de uma safra frustrada.

    Bom sou gerente de um frigorifico de pequeno porte, mas olha somos obrigados a baixar os preços da carne e por consequencia pagar memos para o produtor, e vou te dizer a venda dinimui em torno de 40% é triste, mas e a realidade os frigorificos de grande porte estão dando a carne quase de graça.

    Agora eu pergunto ate quando?