As três maiores associações de frigoríficos e exportadores de carne do País solicitaram ao governo federal a cobrança de imposto nas exportações de boi vivo, para estimular a venda de carne processada no exterior. Os produtores, no entanto, prometem questionar qualquer imposto na Justiça, por entender que a indústria quer usar a taxa para barganhar preços menores.
As três maiores associações de frigoríficos e exportadores de carne do País solicitaram ao governo federal a cobrança de imposto nas exportações de boi vivo, para estimular a venda de carne processada no exterior. Os produtores, no entanto, prometem questionar qualquer imposto na Justiça, por entender que a indústria quer usar a taxa para barganhar preços menores.
A indústria pediu ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, a cobrança de 30% de Imposto de Exportação de bovinos vivos, conforme revelou Sonia Racy. Segundo a assessoria de imprensa do ministério, o pedido foi encaminhado para análise técnica, antes de ser submetido à Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Dados oficiais mostram que em 2011 o Brasil exportou 404.853 cabeças de gado vivo, a menor quantidade nos últimos cinco anos. O número representa, grosso modo, 2% do abate nacional, porcentual aceito tanto pela indústria quanto pelos produtores. No ano anterior, foram 654.964 cabeças exportadas, ante 530.226 em 2009.
No ofício enviado em 31 de janeiro, os frigoríficos defendem a ideia de isonomia entre o exportador de carne processada e os que vendem gado vivo ao exterior. Dizem que a indústria paga impostos ao comprar a carne do fazendeiro, por isso nada mais justo que sejam cobrados tributos dos exportadores de boi vivo.
Segundo o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, “isso nada mais é do que uma tentativa de reserva de mercado, que restringe a capacidade do produtor rural de vender sua produção”. A CNA, disse Nogueira, vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre qualquer eventual decisão de taxar exportações de produtos primários. Hoje em dia, o único produto que paga Imposto de Exportação no País é o couro.
O presidente da União da Indústria e Empresas de Carne (Uniec), Francisco Eduardo Oliveira Victer, nega a intenção de criar um contencioso com os produtores. “Queremos que toda a cadeia seja vitoriosa”, afirmou, ressaltando que os produtores não foram consultados sobre o pedido enviado ao governo.
Além da Uniec (União Nacional da Indústria e Empresas da Carne), assinam o pedido a Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), que tem parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Apenas a Uniec se pronunciou ate o fechamento desta edição.
Fonte: jornal O Estado de SP, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
3 Comments
Essa Taxação é um absurdo!!! É mais uma tentativa dos grandes frigoríficos em sufucar a pecuária Brasileira sempre buscando grandes lucros para eles mesmos.
A exportação de boi vivo é mais um mercado para o pecuarista do Pará e Rio Grande do Sul, que após o inicio das exportações de boi vivo conseguiram melhores preços na arroba!!
Como pecuarista no MT e MS, gostaría muito que tivessemos mar o porto para poder também exportar boi vivo para não ter que vender para o guloso JBS!!
Entendo que não podemos aceitar mais essa manobra dos Figoríficos Brasileiros,tentando criar uma reserva de mercado.
A economia é cada vez mais livre, os mercados são cada vez mais competitivos e os nossos velhos conhecidos, querem de todas as maneiras continuarem a impedir a liberdade econômica do produtor.
Pedro Augusto Junqueira Ferraz
Fazenda Passa Tempo -Leopoldina MG
Senhores leitores,
Todos sabemos que existem os amigos e os inimigos da pecuária.
O que me causa estranheza é o politico Francisco Eduardo Oliveira Victer, que preside a Uniec (entidade paraense recentemente transformada em nacional, afinal um grande grupo frigorífico tem 5 plantas no estado) dizer que “Queremos que toda a cadeia seja vitoriosa”, com quem ele pensa que está falando, será que ele acha que os leitores do BeefPoint são obtusos?
É preciso que todos saibam que dentro das organizações signatárias do pedido não existe unanimidade, o que predominou foi o comando de dois grandes grupos frigoríficos(que são associados às três) interessados em reserva de mercado