Proposta apresentada pelos frigoríficos ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na semana passada pede alterações nos prazos para a certificação de origem do gado. O objetivo é garantir oferta de animais para abate, segundo o diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Ênio Marques.
Desde 10 de novembro, só estão sendo autorizadas as exportações para a União Européia (UE) de carnes bovinas oriundas de animais rastreados há pelo menos 15 dias. A medida, porém, estaria provocando redução na oferta de animais nos frigoríficos, segundo a Abiec. Marques alerta que se não houver mudanças, o desabastecimento se refletirá imediatamente nas exportações de carne para a UE e a meta deste ano, de repetir o desempenho de US$ 550 milhões de 2001 em vendas de carne para os países do bloco, estaria ameaçada.
A proposta da Abiec é de que a exigência se limite à inscrição e identificação do animal dentro da propriedade e não seja mais cobrado o prazo mínimo de 15 dias. Com isso, argumenta Marques, estaria garantido o controle sanitário dos animais, sem prejudicar o abastecimento. O ministério ainda não se manifestou sobre a reivindicação.
Para o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, o problema não está nos prazos, mas sim nos custos desse processo. “Como hoje o rastreamento do gado é voluntário, enquanto os frigoríficos não se conscientizarem de que precisam arcar com parte desse custo, os pecuaristas não vão aderir”, defende.
Fonte: Zero Hora, adaptado por Equipe BeefPoint
3 Comments
Afinal de contas… Quem é que exige a certificação para a exportação? É o comprador da UE ou o burocrata brasileiro que coloca dificuldade para vender facilidade?
Se a exigência não vem do comprador, é um verdadeiro absurdo que uma medida do próprio governo vá favorecer nossos concorrentes com desabastecimento do mercado conquistado à duras penas.
Porque o governo que se diz a favor do livre mercado não deixa que o mercado regule essa questão da certificação?
Será que alguém pode esclarecer isso…
A importância dada pelo pecuarista ao sitema de rastreabilidade é pouca devido à falta de interesse dos frigorificos em agregar valores aos animais certificados.
Os maiores interessados em cumprir seus contratos de exportação são as empresas e fica a critério dos exportadores a procura por mercadoria pronta para exportação, e quanto a exigencia de certificação pela UE, mostra que estamos com sérios problemas de confiabilidade e que somente a rastreabilidade vai nos manter e até melhorar nosso lugar junto aos consumidores que pagam um bom preço pela carne brasileira.
É muito fácil para os frigoríficos pedirem o cancelamento do prazo de 15 dias para abate de animais rastreados, pois assim qualquer boi abatido será considerado rastreado.
E como ficam os produtores que, como eu tenho feito, estão rastreando seus animais a quase um ano?
Não vale nada o que estou fazendo?????